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Haitiano é assassinado em Navegantes (SC)

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isolador naval haitiano Fetiere Sterlin, 33, foi assassinado por golpes de facas desferidos por dez homens na noite do último sábado (17), no município de Navegantes (SC), a 112 km de Florianópolis.

Segundo a mulher da vítima, a operária Vanessa Nery, 27, que é de Belém do Pará e testemunhou a agressão, ela, o marido, outro casal e mais um amigo haitiano saíam de uma festa quando dois jovens passaram de bicicleta xingando Sterlin com um palavrão em francês crioulo (um dos idiomas oficias do Haiti), que já é de uso comum no bairro. "Eles passaram xingando meu marido, que xingou de volta. Aqui é bem comum eles passarem xingando de 'macici' [algo como "viado"], falando para eles voltarem para casa, mas nunca termina em agressão", afirmou.

Ela disse ainda que, antes de ir embora, o rapaz teria dito "eu vou voltar e te dar um monte de tiro". Outra testemunha afirmou que os homens diziam que "haitiano não tem nada para fazer aqui".

Após cinco minutos, os mesmos jovens voltaram ao lugar com armas brancas e outros oito homens, e atacaram o grupo. "Voltaram com faca, barra de ferro, pá e voltaram para agredir a gente. Não houve uma discussão. Veio um em cima de cada um de nós quatro, e os outros foram todos para cima do meu marido, e começaram a esfaqueá-lo". Segundo ela, a maioria aparentava ser adolescente, "entre 16 e 17 anos no máximo".

Sem trabalho, haitianos imigrante precisam de doações

Com a promessa de uma vida melhor após o terremoto em 2010 que devastou o país, um grupo de 19 haitianos com idades entre 20 e 50 anos mudou-se para Bento Gonçalves. São 14 homens e cinco mulheres que vivem no município há cerca de dois meses. Alguns deles vieram direto do país caribenho e outros foram iludidos por uma empresa da cidade, que prometeu emprego digno e moradia. Mas, infelizmente, a promessa era apenas uma ilusão. Abandonados à própria sorte e sem falar português, os haitianos passaram fome e frio quando chegaram a Bento. Até que um grupo de voluntárias ficou sabendo do caso e mobilizou-se para ajudar. Hoje, já abrigados e empregados, eles necessitam de móveis e dinheiro para pagar aluguel, água e luz até receberem o primeiro salário.

Uma verdadeira corrente de solidariedade foi articulada através da

página do Facebook para arrecadação de roupas, alimentos, móveis e

dinheiro, além de busca por oportunidades de emprego. “Fiquei

sabendo da situação deles através de uma amiga e, discutindo como

poderíamos ajudá-los, decidimos que seria melhor realizar um

evento via Facebook. Convidamos inicialmente cerca de 300 amigos.

Em menos de quatro horas já havíamos recebido mais de mil ligações

de pessoas preocupadas com a situação e dispostas a ajudar”, conta

Maria Tieppo. Em menos de 15 dias, uma grande quantidade de

comida e de roupas foi arrecadada e entregue aos imigrantes.

Algumas empresas de alimentos, de móveis e da construção civil de

Bento e da região também se sensibilizaram e ofereceram empregos.

“Foram tantas ligações que até nos perdemos. Não esperávamos que

tivesse tanta repercussão e tanta ajuda”, enfatiza.