Madalena serra
Ana
Nunca me disseste como escapaste e vieste parar a
esta casa…
Rui
(retirando a sua mão da de Ana) Isso agora não é
importante para o caso. Agora o que me deixa
deveras curioso, é ter a certeza de que o teu
marido sabe que tu me vens visitar e, mesmo
assim, nunca ter feito nada durante este tempo
todo. Uma pessoa como ele não é influenciada por
uma mulher como tu, sem ofensa, Ana, mas a
lavagem cerebral deles é muito… Potente, digamos
assim.
Ana
O Henrique não desconfia de nada. Mal nos
vemos, ele passa o dia todo fora, na zona norte e
oeste da cidade, a investigar. O trabalho dele é
honesto, Rui, não percebo o que queres dizer com
lavagem cerebral, ele continua a mesma pessoa.
(levanta-se) Creio que não haja razão para não
saíres de casa. Do que tenho ouvido falar, já não
existe qualquer obrigação de fazer parte do
partido, eles têm pessoas mais do que suficientes,
naquela altura foi tudo feito sobre pressão, era
necessário tomar medidas rapidamente de modo a
conter a situação… Não vivas mais amedrontado
dentro desta casa. (apontando-lhe a porta da sala)
Sai. Se quiseres, vai buscar as fotografias, embarca
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