Detectives Selvagens 0 - Julho 2014 | Page 19

VQPRD riam no carrossel queriam soltar-se de estúpidos amarelos inanimados cavalos de memória. Decidi hoje! Estar ébrio, não existir! Ir a todos os sítios do mundo no sofá, de copo em punho. Ser o estado, não o ser. Domingo que é sexta. Domingo diferente, que é sábado. Pensar-me vivo, escreverme. Beber-me no amor que sinto, escondo, grito. É por eles que por líquidos cavalgo. Poças de vinho, borras, manchas. Gotas disparadas no encalce que a bota sentiu, cheirou e perseguiu. Não se salta, esbarra. De andar invernoso petrifica. A ressaca morreu. Eu o assassino com inúmeros golpes de tinto. Voltei, de copos partidos, de livros molhados, garrafas vazias, meias empoleiradas, calças torcidas, cigarros mal apagados. Voltei com um frasco de compota lavado, agora de tinto recheado. O que será a minha existência que senão isto? Palavras de vinho, fermentadas, bebidas por nós. Acicatem cavalos! Faz hoje 17 dias que estamos em Setembro. 19