O ELOGIO DAS PESSOAS SIMPLES
São simples, as pessoas simples. Gostam de ser, de ver,
de partilhar, de rir e chorar. Simplesmente, sem subterfúgios.
Chamam-se Cátia Vanessa porque ouviram o nome na
novela e gostaram. E gostam de contar esta história. Fazemno com um sorriso de cumplicidade, de quem quer revelar
um segredo de que se orgulha. Não sabem que ter um nome
inspirado numa novela arrepia as pessoas que já não são
simples. Como não sabem, sorriem, orgulhosas. Também se
riem e choram e ficam felizes por poder contar o que as
apoquenta no dia-a-dia. Com simplicidade. Falam alto, usam
gestos largos e generosos e o brilho nos olhos é equivalente
ao que dizem. As pessoas simples não se escondem atrás de
ideias e conceitos, de posturas e formas de estar. São assim e
sabem que o Mundo é igual. Ainda não aprenderam a
mostrar o que não se sente a bem das convenções e do
parecer bem. Também têm códigos e condutas, também se
irritam e zangam, também usam de falsidade e outros
atributos menos positivos, mas fazem-no de forma simples.
As pessoas simples denunciam-se em cada palavra, são claras
e transparentes e, nem por isso, deixam de ter ambição, de
fazer planos e de querer um dia ser alguém. Mas ainda não
estão corrompidas pelas regras de etiqueta ou pelos
espartilhos que regem as pessoas que um dia foram simples.
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