VQPRD
riam no carrossel queriam soltar-se de estúpidos amarelos
inanimados cavalos de memória.
Decidi hoje!
Estar ébrio, não existir!
Ir a todos os sítios do mundo no sofá, de copo em
punho. Ser o estado, não o ser. Domingo que é sexta.
Domingo diferente, que é sábado. Pensar-me vivo, escreverme. Beber-me no amor que sinto, escondo, grito. É por eles
que por líquidos cavalgo. Poças de vinho, borras, manchas.
Gotas disparadas no encalce que a bota sentiu, cheirou e
perseguiu. Não se salta, esbarra. De andar invernoso
petrifica. A ressaca morreu. Eu o assassino com inúmeros
golpes de tinto. Voltei, de copos partidos, de livros
molhados, garrafas vazias, meias empoleiradas, calças
torcidas, cigarros mal apagados. Voltei com um frasco de
compota lavado, agora de tinto recheado. O que será a
minha existência que senão isto? Palavras de vinho,
fermentadas, bebidas por nós.
Acicatem cavalos!
Faz hoje 17 dias que estamos em Setembro.
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