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A CGTP-IN realizou a 9 de Junho, em Lisboa, uma grande Manifestação Nacional com a presença de muitas dezenas de milhar de pessoas. A maior manifestação dos últimos anos em Portugal foi uma prova clara de força e unidade dos trabalhadores, que se expressou sob o lema: "Lutar Pelos Direitos, Valorizar Os Trabalhadores!".

Uma acção que deu expressão de massas a uma intensa luta que se continua a travar nas empresas e locais de trabalho. Os trabalhadores não desarmam. Derrotaram o anterior governo e abriram caminho à actual correlação de forças mais favorável aos trabalhadores (que permitiu a reposição e conquista de direitos e rendimentos), mas exigem novos e mais decisivos passos.

Fruto da convergência de pequenas e grandes acções de luta, juntaram-se em Lisboa diferentes gerações de trabalhadores vindos de todo o país. Vieram defender uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores, apresentando, entre outras reivindicações: o fim da precariedade, o aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional para 650 euros e o direito à contratação colectiva com direitos.

Os trabalhadores saíram à rua também para rejeitar o acordo estabelecido entre o Governo, o grande patronato e a UGT (acordo com que os partidos de direita se regozijam).

Um acordo que se insere na continuidade da política de direita na área laboral, levando-a ainda mais longe, nomeadamente:

- aprofundando a precariedade através do alargamento do período experimental, que passa de 90 dias para 180 dias para os jovens à procura do primeiro emprego e os desempregados de longa duração - violando o princípio da igualdade, já que não tem aplicação universal -, e permitindo aos patrões contratar os trabalhadores por 6 meses, despedindo-os em seguida livremente;

- generalizando os contratos de muito curta duração a todos os sectores de actividade, a troco do pagamento de uma taxa mínima para a Segurança Social, à qual o patronato poderá escapar, como acima se demonstra;

- facilitando o recurso ao banco de horas grupal (mais 150 horas anuais), reduzindo a percentagem (de 75% para 65%) de trabalhadores que terão de estar de acordo para a sua implementação e admitindo que estruturas que não os sindicatos (servindo o interesse dos patrões) possam representar os trabalhadores e acompanhar esse processo;

- permite ao patronato escolher a convenção colectiva que mais lhe convenha e a negociação colectiva no âmbito que for mais favorável ao seu objectivo da redução de direitos e rendimentos para o máximo lucro.

Invocando cinicamente o “combate à precariedade” e o objectivo de “dinamizar a contratação colectiva”, o Governo do Partido Socialista acaba por colocar-se ao lado do capital contra os trabalhadores, aprofundando o rumo do anterior governo e da troika no ataque aos seus direitos.

9 de Junho - Uma grande Manifestação Nacional da CGTP-IN