De Pompei a Pompeia De Pompei a Pompeia - Miolo - A5 136pag | Page 50
O pavimento parecia um campo semeado de malas gran-
des e pequenas, de formas as mais diferentes e bizar-
ras. Seja o que Deus quiser. Após uma longa espera e
um aborrecido empurra-empurra, os nossos passaportes
foram liberados. Pegamos nossas malas e nos dirigi-
mos ao cais. Estávamos cobertos de suor, cansados, mas
tudo desapareceu quando nos defrontamos com o colossal
transatlântico “Augustus”. Estáticos, admirávamo-lo.
É, de fato, uma joia da marinha italiana, uma obra de
relojoaria da engenharia nacional. E não desmentiu essa
sua fama na travessia oceânica.
Já a bordo, observamos tudo, numa incessante admi-
ração e contemplação. A poderosa sirene finalmente
soou com toda a força. Os marinheiros recolheram as
escadas, fecharam as portas de acesso e enrolaram os
cabos. O navio estremeceu. Parecia haver uma comoção
geral. Os motores já estavam em movimento, lentamente
se afastou do cais e, quase como que estudando o passo
por entre as numerosas embarcações, atingiu, por fim,
o alto mar. Tendo tomado velocidade, parecia um pássaro
marinho sobre as águas.
De Gênova a Santos
Os treze dias transcorridos sobre o “Augustus” fica-
ram gravados na mente por muito tempo. Parecia-nos
estar em terra firme. Durante os três primeiros dias,
movimentávamo-nos com muito embaraço dentro daquele
esplêndido palácio marítimo. Não poucas vezes aconte-
ceu que, procurando nossa cabine à direita, acabávamos
por chegar à esquerda. Pouco a pouco, habituamo-nos e
começamos a andar tranquilamente, visitando minucio-
samente o navio.
Em todas as manhãs, celebrávamos a Santa Missa na
capela. Eram aqueles os momentos mais belos. Em pleno
oceano, enquanto o navio seguia, conosco caminhava o
nosso Deus, vivo, verdadeiro e realmente presente. Nós,
os pequenos perdidos na imensidão oceânica, rezáva-
mos por todos e, na doce oração – elo áureo que liga
a criatura ao Criador, a terra ao céu – estávamos bem
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