De Pompei a Pompeia De Pompei a Pompeia - Miolo - A5 136pag | Page 44

A partida de missionários da Europa em direção ao Brasil foi, principalmente no início do século XX (mas também nos sécu- los anteriores), motivo de solene despedida. Além da viagem pelo mar afora ser longa, havia vários questionamentos feitos pelos familiares dos missionários: quando será a volta? Verei meu filho outra vez? Meu irmão voltará? Havia um misto de alegria e de choro. Alegria pela vida nova que se apresentava ao obreiro de Deus e choro pela separação da família dos entes queridos. Não há unanimidade em relação ao dia da partida de Gênova. O caderno I da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, vice- -província dos capuchinhos de Minas Gerais, primeiros aconte- cimentos, informa que o embarque em Gênova aconteceu no dia 13 de novembro de 1935. O mesmo se lê no boletim Somos Irmãos – boletim comemorativo da criação da província dos capuchi- nhos de Minas Gerais, 15 de dezembro de 1980: “Embarcaram em Gênova a 13 de novembro de 1935 (...)” Consultando, porém, os arquivos da província dos capuchinhos de Minas Gerais, na seção de crônicas, no boletim oficial dos Frades Menores Capu- chinhos de Messina, número 2, páginas 21 e 22, aparece clara a data do embarque: doze de novembro de 1935. Segundo Frei Tiago Santiago, numa conversa, revendo esses escritos, essa data está incorreta. O dia certo do embarque dos capuchinhos para Minas Gerais foi dia 13 de setembro de 1935. Foram dias de longa viagem, até que a chegada ocorreu no porto de Santos, Brasil, dia 30 de novembro do mesmo ano. Os frades da província capuchinha de São Paulo receberam-nos fraternalmente. Acostumar-se com a nova terra e iniciar-se na prática de outra língua não foi tarefa das mais difíceis para os recém-chegados missionários. Em São Paulo, permaneceram por uma temporada. Uma crônica publicada no Bollettino Madona de Pompei e republicada em vários livros da província capuchinha de Minas Gerais, crônica esta escrita por um dos missionários, Frei Odorico Virga, na época com o nome Frei Odorico de Resuttano, lemos o seguinte, nas palavras textuais do cronista: 44