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DBR o lado b
Na investigação que efetuámos sobre DBR, constatámos que é um método que requer um grande envolvimento dos investigadores e práticos, abarca imensas variáveis, quer qualitativas quer quantitativas, depende dos contextos e das pessoas e de uma vasta relação entre as variáveis. Achamos por isso pertinente fazer uma reflexão sobre o artigo que Dede, publicou em 2004.
Segundo este autor, Collins e al. definem esta metodologia como uma junção de uma análise criteriosa de situações e um design de procedimentos muito focado, promovendo
estudos naturalistas e designs experimentais, numa constante reavaliação de resultados e procedimentos.
A visão que Dede (2004) pretende abordar é uma análise dos pontos menos positivos da
metodologia DBR. Baseado nos processos e resultados de diferentes pesquisas que usaram esta metodologia, este autor refere que a grande quantidade de variáveis envolvidas nestes estudos, apesar de estas estarem sempre em reanálise, levantam diversos problemas. A coordenação, alinhamento e análise dos dados torna-se complexa pois os dados registrados por diferentes atores, podem levar a diferentes análises e conclusões.
Por exemplo, os estudos de Brown e Campione (Brown 1992;1994 e Campione, 1996), integrados no projeto FLC - Fostering Learners Comunity, sobre desenvolvimento de Comunidade de Aprendentes, foi demonstrado que houve uma quantidade imensa de dados a tratar o que levou os autores a terem que se preocupar com a parcialidade das escolhas a fazer sobre quais dados tratar. O problema da medida em Ciências Sociais, neste caso na Educação, é complexo. Neste caso tem a ver com a seleção dos dados a tratar, sobretudo quando se recolhem muitas e varidaos dados. Em outros estudos analisados em ambiente escolar, o autor encontra e classifica uma variação entre a conceção e a metodologia, por vezes faltando uma base teórica substancial, referindo-se a estudos de diSessa e Cobb para apoiar estas observações. O objetivo da DBR não deve produzir resultados de “senso comum” refere o autor.Outras preocupações levantadas por este autor dizem respeito a necessidades especiais em turmas que tenham individuos com questões particulares, e como o DBR se consegue adaptar aos menos aptos. Poderão ser implementados projetos em grande escala com a metodologia DBR ou haverá necessidade de fracionar o projeto em pequenas áreas sendo que, desta forma, se questiona a eficácia da metodologia. Segundo Dede (2004), as questões sobre a utilização da metodologia deve ser pensadas, em termos das suas vantagens e desvantagens, e de que forma poderão contribuir para o melhoramento da teoria e da prática.