REPORTAGEM | Personalidades | À Mesa Com
Entradas e bebidas chegaram entretanto à mesa, e João fez o grupo voltar atrás no tempo: “Quando sentiram que tudo estava a mudar?”. A Marisa referiu o dia em que apresentaram o primeiro álbum na discoteca Garage, em Lisboa: “Foi uma apresentação emocionante, porque fazemos isto de coração. É muito bom quando um povo apoia a tua música. Mas acho que quando ‘bate’ realmente, é quando olhas para as pessoas de quem gostas e que admiras e vês neles um grande orgulho”.
A segunda resposta veio do Rui. “A primeira vez que apresentámos ‘A Máquina’ ao vivo, no Natal.” A reação positiva das pessoas, aliada à vontade de “dar tudo”, deram origem um novo capítulo na vida da banda.
O título do segundo disco - (R)evolução - pretende expressar, de acordo com a vocalista, uma revolu-ção emocional, musical, pois a aposta é na criação de originais. “No primeiro disco contámos a nossa história através da música dos outros, de versões; neste segundo álbum tomámos as rédeas da situação e construímos essa história com músicas nossas. Apostámos em nós.”
Durante o almoço Yvette quis saber o que levou a banda a escolher para single “A nossa casa”. Foi Marisa quem satisfez essa curiosidade: “Por conter, tal como ‘A Máquina’, tudo aquilo que a banda representa. O tradicional, o Pop, o Rock, a Eletrónica. Quando escrevi esse tema não estava a pensar no país, mas num divórcio, e não sei porquê aquilo começou a ser levado para outro lado. E até eu me deixei ir”, confidenciou.
Ao que parece, o single recebeu resistência da parte das rádios e da televisão, não só pelo beat ser impar, segundo o Rui, mas também “pelo tema ser forte e por estar tudo tão difícil”, comentou a cantora. “Houve receio de que as pessoas preferissem ouvir coisas fáceis.” Daí que o sucesso do single tenha apanhado o grupo desprevenido.
“Houve receio de que as pessoas preferissem ouvir coisas fáceis.”