ficas. Quando se é atingido pela seta da inspiração tudo é possível?
Guilherme – Acredito que sim. Ela é mais do que simplesmente uma tipografia, tornou-se uma de-claração de amor. Até por não ser perfeita, porque uma é maior que a outra, outra é mais larga... é mesmo como a cidade é. Apesar de amarmos Lisboa, ela não é perfeita nesse sentido e a fonte reflete isso.
Jaime - Existe uma analogia entre uma coisa e a outra. Enquanto estávamos a investigar sobre a fonte e os tipógrafos que fazem manutenção aos cabos, descobrimos que esta malha irregular é única de Lisboa. A geografia da cidade e o meca-nismo do elétrico faz com que tenha de crescer assim. Só aqui é que ela poderia existir. Em cada letra existe essa incoerência para manter a ideia desta malha confusa dos cabos.
Para quem foi imaginado este projeto?
Jaime – Tivemos vários tipos de público a interessar-se pela fonte. Houve pessoas que não gostaram, outras que adoram. Pessoas que nunca tinham vindo a Lisboa, mas que a descobriram através do filme e acharam encantador. Não tem target específico.
Muitas vezes este tipo de projeto acontece para uma comunidade dentro da publicidade ou do design. Este tornou-se mais popular. A comunidade de designers não adora a fonte porque não cor-responde às regras tipográficas, mas as pessoas que vivem cá adoram. Tornou-se mais lúdica, não tem esse caráter de ter de ser utilizada como fonte. É de todos. Lisboa é dos lisboetas e de toda a gente e a fonte também.
Sentem que o projeto reacendeu a paixão dos lisboetas? Escrevem-se cartas de amor com o Lx Type?
Jaime – Acho que cada vez mais as pessoas estão a relacionar-se com Lisboa de forma diferente e tem havido um trabalho muito interessante por parte da Câmara para a reanimar. A Lx Type apanha o barco num momento interessantíssimo de Lisboa, mas não sei se traz ainda mais paixão pela cidade. Se traz, fantástico!
E no Futuro, vão continuar a contar estas histórias de amor entre as pessoas e a cidade?
Guilherme – No site existe uma área chamada inspiração, onde estão os vídeos de uma rapariga que tatuou "LX". Há também um documentário com
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