realidade?
Guilherme - Depois de retirarmos todas as letras, números e caracteres passa para a fase de vetorizar as linhas, e depois para um outro programa, para se tornar uma fonte.
Jaime -Tirámos umas 2200 fotos até encontrarmos todas. Não quisemos deixá-las todas perfeitas. Houve letras em que deixámos imperfeições e ou-tras que melhorámos...
Guilherme - ... Mas não melhorámos no Photoshop, só nas fotos. Por exemplo, o "L" é fácil de encontrar porque é simplesmente o cruzamento dos cabos. Não estávamos confortáveis com ele porque era muito simples. Na última sessão de fotos vimos um "L" perfeito, que para nós é a letra mais bonita.
O projeto nasceu de uma parceria com a Câmara Municipal de Lisboa. Como é que aconteceu esta união?
Jaime - Nós levámos o projeto de forma embrio-nária, com algumas fotografias e com a certeza de que conseguíamos encontrar muitas letras. Achá-mos que muito mais que um projeto para um meio de transporte, era um projeto para a cidade. E ele só existiu com o apoio deles (Câmara Municipal).
Cada letra que se escreve dá lugar a um convite e somos seduzidos pela aventura de desvendar um novo lugar. De que forma a Lx Type permite des-cobrir Lisboa?
Jaime – Uma das coisas interessantes quando se conhece uma cidade é a forma espontânea como se consegue descobrir, o que um guia pré-feito não permite, porque conduz de uma certa forma. Aquilo que acontece é que através de palavras que podem ter a ver com a pessoa cria-se um roteiro espon-tâneo de lugares associados a cada letra, sendo que a sugestão é sempre que se viaje de elétrico para a conhecer. Tal como o nosso filme diz, há muitas formas de descobrir Lisboa, mas nenhuma se com-para a uma viagem de elétrico.
Houve uma história engraçada com um guarda-freios da carris, que descobriu no seu nome o bairro onde cresceu, a rua por onde passa todos os dias... as pessoas relacionaram-se com a cidade de forma diferente.
A Lx Type escreve Lisboa de uma forma irre-verente, sem medo de quebrar as regras tipográ-
REGIÕES | Arrendar Lisboa Com Paixão | Entrevista
36