Relaxa aí fofa,
hoje é dia de se
inspirar
Por: Beatriz Bitineli
C
heia de atitude, Mel Soares
vem conquistando as redes
sociais e influenciando as mu-
lheres a se amarem e valoriza-
rem todas as suas curvas. Em
exclusiva, ela conta como se
transformou em um mulherão
depois de aceitar o seu corpo.
Simpatia em pessoa, Mel
tem 34 anos e se descreve como
“uma garota de 21 presa no cor-
po de uma mulher de 34”. Ela
já tem quase 50 mil seguidores
em seu Instagram e mais de 10
mil no Youtube. Mas, para quem
acha que a Mel chegou agora
está bem enganado.
Em 2010, depois de visitar
o blog da Camila Cura, o “Fo-
fashion”, ela resolveu que queria
ter o seu, mesmo sem nem saber
o que era um. De um jeito sim-
ples, somente se sentindo repre-
sentada por alguém em um meio
social, Mel encontrou inspirações
e criou o blog “Relaxa aí fofa.
Para a época, tudo era novi-
dade. Poucos blogs abordavam
o universo plus size e o assun-
to era inteiramente um tabu. A
paulista conta que, durante es-
ses 7 anos de blog, viveu expe-
riencias incríveis, mas que por
outro lado essas oportunidades
mostraram o quanto as pessoas
são racistas e preconceituosas.
A blogueira conta que já ouviu
de donos de
marcas que ela
era linda e que
eles adorariam
trabalhar com
ela, mas que
infelizmente
gordas maiores
não vendiam.
“Não usaram
a frase que ne-
gra
também
não
vendia
para não ficar tão terrível, mas
eu senti ali que ser negra e gorda
era mais “pesado” que qualquer
influência positiva que eu pudes-
se ter”, desabafa Mel.
Mulher, gorda, negra e libria-
na, Mel é super indecisa e diz
que se pudesse transformava o
mundo. Manequim 46 e 48, logo
após a gravidez, ela pulou para
o 52 e 54 e teve que aprender a
vestir o novo corpo.
Destemida, Mel não deixou
que os quilos a mais a fizessem
uma pessoa triste e sem autoes-
tima. Sempre vaidosa, não gosta
de passar uma imagem de mu-
lher vulnerável e frágil só por-
que é gorda. Descobriu-se uma
mulher poderosa há pouco tem-
po e brinca estar tentando recu-
perar o tempo perdido.
Sem um estilo definido, Mel é
apaixonada por couro e acessó-
rios pesados. Hoje, conta que se
sente livre para usar peças mo-
Moda
dernas e básicas, e não abre mão
do bom e velho jeans com uma
camiseta descolada.
A maior dificuldade ainda
é com a numeração, em grande
parte as marcas vestem bem até o
50. Mesmo assim, Mel consegue
driblar os obstáculos e montar
seus looks. Seu sonho é uma real
inclusão na moda, sem rótulos,
e que ela fosse universal, aten-
dendo do 36 ao 60. E para isso o
mercado necessita unir a moda à
qualidade e ao preço acessível.
Um sonho distante da realida-
de, mas que ela tenta contribuir
para que se torne o mais real
possível. Empoderar as mulhe-
res para que saibam valo