Quando o padrão não é imposto
Atualmente, as pessoas são
estimuladas a encarar a ditadu-
ra da beleza, da magreza e da
saúde como se fosse a única op-
ção. Cada vez mais o corpo vem
sendo tratado como fator princi-
pal na boa convivência social e
a mulher que não se enquadra
não tem a opção de estar bem
com o corpo. Ela tem que, no
mínimo, desejar um dia chegar
nesse nível.
Mas será que existe padrão
para felicidade?
Assim como a cor nude levan-
tou grandes debates no mundo
da moda e dos cosméticos, já
que o significado de nude é ser
a cor da pele e há infinitos tons,
estereotipar somente um padrão
de corpo para toas as possibili-
dades gerou muita polêmica.
Uma pesquisa realizada pelo
Data Popular e Instituto Patrícia
Galvão, em 2015, constata que
65% das mulheres no Brasil não
se identificam com a publici-
dade e com a forma como elas
são representadas. Essa mesma
pesquisa mostra que 85,8% das
mulheres gostariam de ter suas
imagens associadas à inteligên-
cia e 72,3% à independência.
A busca por uma sociedade
com padrões menos opressores
faz parte da luta diária de mu-
lheres que, depois de tanto tem-
po buscando atingir as exigên-
cias, hoje se aceitam e ajudam
a outras mulheres a fazerem o
mesmo.
Para desmistificar o ideal de
corpo perfeito, a modelo plus
size, Daniela Carvalho, afirma
que o empoderamento feminino
trouxe sentido à luta de mulhe-
res que se sentiam à margem
da sociedade. “Todas queriam
ter voz, mas nenhuma sabia da
outra. Assim como tantas outras
mulheres, a plus size só quer se
sentir representada”, conta a
modelo.
Ela ainda explica que dentro
do segmento também há pa-
drões impostos principalmen-
te pelas agências de modelos e
publicidade. “A gente percebe a
diferença quando uma modelo
que usa 54 não consegue tanto
emprego quanto uma de 46. E
isso acontece também quando
vamos comprar. É extremamen-
te difícil encontrar nos cabides
das lojas tamanhos como 54, 56
ou mais”, desabafa.
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