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Um sanduíche que passa dos limites Lanche bauru propaga o nome da cidade por todo o mundo Natália Araújo C ada região do Brasil tem suas peculiaridades, dentre elas estão as comidas típi- cas. Em Minas Gerais temos o pão de queijo, em Bueno de Andrada temos as coxinhas douradas e em Bauru temos o lanche que leva o nome da cidade. A história do lanche começou em 1937, no Restaurante Ponto Chic, localizado no Largo do Paissandu em São Paulo, quando Casimiro Pin- to Neto o inventou e apelidou com o nome de sua cidade natal. De 1937 até 2018 a popularidade do sanduíche só aumentou. De acordo com Rodri- go Alves, atual proprietário do Ponto Chic, as três sedes do restaurante ven- dem cerca de 130.000 baurus por ano. É o carro chefe do restaurante. Rodri- go ainda acrescenta: “nós recebemos muitos turistas nas três lojas daqui de São Paulo, tanto brasileiros quanto es- trangeiros, e muitos deles querem co- nhecer o famoso bauru”. A Cidade sem Limites buscou uniformizar o lanche e, para isso, além de formalizar uma lei registrando a re- ceita original, ainda credenciou alguns restaurantes para que vendessem o le- gítimo bauru. O Lelo’s Lanches e Be- bidas é um desses restaurantes creden- ciados. Sergio Alves é proprietário do Lelo’s e, de acordo com ele, as vendas do lanche variam de 10 a 30 unidades por dia. Ele ainda afirma que o sandu- íche é importante para a cidade, pois “o lanche bauru é o maior difusor do nome da cidade, é um patrimônio ima- terial importantíssimo, que divulga e também atrai turistas”. Seja com a receita original ou uma inventada em casa, a maior par- te dos brasileiros conhece e gosta do sanduíche que, como dito por Sergio, é um patrimônio imaterial. A exemplo do Queijo de Minas, que desde 2008 é considerado patromônio imaterial por lei, o deputado Capitão Augusto (PR- -SP) propôs um projeto que transfor- maria o sanduíche em um patrimônio da cultura nacional. Esse projeto ainda está em tramitação em caráter conclu- sivo e será analisado pelas comissões de Cultura, Constituição, Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados em Brasília. Mandioca não é macaxeira! Natália Araújo C Apesar da existência da Lei número 4318/98, muita gente ainda confunde o bauru com o misto quente ada pessoa tem o seu próprio estilo de como fazer o bauru e quais ingre- dientes vão nele. Abaixo estão algumas respostas de o que as pessoas acham que compõem um lanche bauru e se elas já comeram o original. Nilva Adrien Cunha Aveiro (Uberaba, MG): Presunto, mussa- rela, tomate, orégano e pão de for- ma. Nunca comeu o original Sueli Campos (Ribeirão Preto, SP): Pão de forma, presunto, queijo, tomate, cebola e orégano, na chapa. Nunca comeu o bauru original. Guilherme Pagano (Guarulhos, SP): Pão, presunto, queijo, tomate e orégano. Nunca comeu o bauru original. Aparecida Felizardo Barbo- sa (Araraquara, SP): Pão francês, presunto, mussarela e tomate, de- pois coloca tudo para esquentar no microondas. Nunca comeu o bauru original. Geraldo Gomes (Ribeirão Pre- to, SP): Pão de forma , presunto, queijo, tomate, ceb ola e orégano, na chapa. Nunca comeu o bauru original. Iasmin Grabrielli (Araraqua- ra, SP): Pão, presunto, calabresa e mussarela. Nunca comeu o bauru original. José Augusto Gasparini (Bau- ru, SP): Pão francês, rosbife, to- mate, picles e queijo. Já comeu o bauru original. Gabriela Ianni (Araraquara, SP): Pão, queijo e carne. Nunca co- meu o bauru original. Patrícia Ribeiro (Santos, SP): Pão, queijo, presunto, tomate e oré- gano. Nunca comeu o bauru origi- nal. Aline Gasparini (Bauru, SP): Pão francês, queijo, carne e tomate. Já comeu o bauru original. Ailton Fernandes (Santos, SP): Pão, hambúrguer, bacon e alface. Nunca comeu o bauru original. Natalia Fernandes (Araraqua- ra, SP): Pão, alface, tomate, pre- sunto, queijo, maionese e catchup. Nunca comeu o bauru original. Ilustração: Raíssa Pansieri Viviane Magarotto (Campinas, SP): Rosbife, mussarela, tomate e pão francês. Nunca comeu o bauru original. Pedro Nery (Uberaba, MG): Pão de forma ou francês, presunto, mussarela, tomate e orégano. Nun- ca comeu o bauru original. Oscar Barbosa Neto (Arara- quara, SP): Carne, queijo e tomate. Nunca comeu o bauru original. Rodney (Uberaba, MG): Pão de forma, presunto, mussarela e to- mate. Nunca comeu o bauru origi- nal. 03