A Devir trazia RPGs e traduziu al-guns (como o lendário GURPS da capa branca e roxa) e a gente meio que ia atrás desse material. Como fã de AD&D (na época) era ainda mais restrito. Nossa fonte de informação do sistema/cenários era a revista im-portada Dragon (e a Dungeon), quan-do chegava na loja. Não tínhamos internet ou tanto acesso a informa-ções na época. A desinformação era meio constante... o bom é que pouco tempo depois a coisa melhorou.
CRPG: Quais foram os benefícios do RPG na sua vida?
RS: Fora o fato de eu trabalhar com RPG hoje em dia, ter uma longa carreira escrevendo, editando e atu-ando na área, o que me dá uma sen-sação de realização indescritível, eu sinto que fiz algo que vai durar, que deixei uma marca, mesmo que pe-quena e localizada. Eu ouço muita gente dizendo que escreve porque foi incentivada pelo que eu escrevi, ou por algo que eu falei, então acho que para alguma coisa, eu servi. Incenti-var as pessoas a contar suas histó-rias, a ler, a buscar leitura, me faz me sentir bem. Eu amo a Fantasia, e saber que eu ajudei esse gênero literário a ficar mais conhecido, num país onde é bem difícil se divulgar a leitura, também me deixa bem feliz.
CRPG: Você considera o RPG como cultura?
RS: Considero sim. O RPG usa elementos de literatura, teatro e improviso, mas essencialmente é uma forma de expressão. Quando lemos um livro de RPG nacional, vemos nele influências da cultura pop do momento que ele foi escrito, as referências a outros livros, filmes, séries, animações e etc. do momen-to. O autor coloca nele tudo que influ-enciou ou ainda influencia. Uma lei-tura com atenção de livros de RPG, de como se joga esse ou aquele sis-tema ou cenário, quais jogos fazem mais sucesso num determinado mo-
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Me dá uma sensação de realização indescri-tível, eu sinto que fiz algo que vai durar, que deixei uma marca.