Contemporânea Contemporânea #11 | Page 12

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“com racismo não há jogo”

esportivas, em organizações sociais, em veículos midiáticos e na publicidade, e em algumas políticas públicas (nesta última, de forma ainda incipiente).

Para além do combate ao racismo no âmbito das leis e a sua exequibilidade, torna-se relevante o papel de professores e professoras que atuam no contexto educativo, os quais também devem envolver-se nessa “batalha”: uma tarefa incerta, que aposta no humano, no processo educativo e formativo, portanto, sem qualquer garantia de sucesso, mas com uma intencionalidade de ideal transformador.

Nosso envolvimento com a escola, em específico, com o componente curricular Educação Física, e também com o esporte (enquanto objeto de investigação), faz-nos pensar em ações.

Acreditamos que parte do combate ao racismo no esporte deve envolver o trabalho com as questões afro e raciais, no trabalho pedagógico – teórico/prático – nas mais diversas modalidades esportivas, mostrando e tematizando com os/as estudantes a riqueza existente na corporalidade/corporeidade da população preta.

Lembrando que tal atitude não é um favor ou um ato benevolente, significa aplicar a Lei nº 11.645/08, que obriga a inclusão da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na escola. A Educação Física pode contribuir para desconstrução das teorias com base biológica e com os determinismos geográficos. Precisamos perguntar se estamos dispostos a transformar práticas e narrativas ou se preferimos ainda determinar um destino para o corpo negro, a partir de suas características atléticas como agilidade, velocidade, brutalidade, altura, envergadura, potência etc., características que historicamente e culturalmente foram associadas aos corpos negros, podendo sinalizar uma positividade quanto às performances corporais dos corpos negros, mas também, determinismos biológicos aos mesmos, caindo-se no risco de perpetuar os mecanismos do racismo. 

Em nosso país, essa cultura corporal (e sua energia) há muito tempo é expropriada para produzir valor e lucro à sociedade brasileira. O que pode ser percebido em diferentes áreas e profissões, inclusive, na atualidade, como nos espetáculos em arenas, campos, quadras e outros espaços esportivos pelo mundo. Portanto, apenas utilizar o slogan de que “com racismo não há jogo” (criado pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol) não basta, é necessário ir além da mera publicidade. Novas regras devem ser estabelecidas no jogo da sociedade, fazendo com que o racismo seja caracterizado como “antijogo”, isto é, confrontar de forma firme e institucionalizada qualquer discurso ou prática racista, talvez assim receba o impulso para uma efetiva educação antirracista!

dispostos a transformar práticas e narrativas ou se preferimos ainda determinar um destino para o corpo negro, a partir de suas características atléticas como agilidade, velocidade, brutalidade, altura, envergadura, potência etc., características que historicamente e culturalmente foram associadas aos corpos negros, podendo sinalizar uma positividade quanto às performances corporais dos corpos negros, mas também, determinismos biológicos aos mesmos, caindo-se no risco de perpetuar os mecanismos do racismo. 

Em nosso país, essa cultura corporal (e sua energia) há muito tempo é expropriada para produzir valor e lucro à sociedade brasileira. O que pode ser percebido em diferentes áreas e profissões, inclusive, na atualidade, como nos espetáculos em arenas, campos, quadras e outros espaços esportivos pelo mundo. Portanto, apenas utilizar o slogan de que “com racismo não há jogo” (criado pela CBF – Confederação Brasileira de Futebol) não basta, é necessário ir além da mera publicidade. Novas regras devem ser estabelecidas no jogo da sociedade, fazendo com que o racismo seja caracterizado como “antijogo”, isto é, confrontar de forma firme e institucionalizada qualquer discurso ou prática racista, talvez assim receba o impulso para uma efetiva educação antirracista!