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Norman Roland Madarasz
Inspirado no livro de Jean-Jacques Rousseau, o mais voltado
à educação, o Émile, e repleto de citações de poetas e revolu-
cionários, Le Gai Savoir é a encenação daquilo que se chamava
nos tempos da Revolução, o processo de “reeducação ideológica
do povo”. Muito discutido na sua época como meio para enca-
minhar o que virá depois da revolução, o programa de reedu-
cação revolucionária é frequentemente apresentado como um
dos piores abusos cometidos por movimentos comunistas. Mas
quem são os que apresentam? E como se deve entender o abuso
no plano das ideias sobre emancipação quando levantado pelos
derrubados? Certos conceitos não são negociáveis.
Até 1967, Godard abandonava o cinema clássico. Aplicando
a estética da pop arte e a estilística dramatúrgica de Bertolt Bre-
cht a seus filmes, À Bout de Souffle, Le Mépris, Pierrot le fou e
Masculin/Féminin, Godard se tornou um dos mais conhecidos
cineastas europeus, ao lado de Stanley Kubrick e Pier Paulo
Pasolini. Em 1967, no filme Week-end, conhecido pelo longo
travelling encenando o catastrófico engarrafamento sufocando
os franceses na estrada prototípica em se deslocar nas suas len-
dárias férias, Godard suplementa o então tradicional “fim” no
fim do filme, pela frase “Fim do Cinema”.
Week-end. 95 min. FRA/ITA | 1967 | dir. Jean-Luc Godard. Scénario : Jean-Luc Godard,
inspirado pelo conto La autopista del Sur, por Julio Cortázar (sem menção), com Jean
Yanne, Mireille Darc, Jean-Pierre Léaud, Anne Wiazemsky.
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