A comunicação sempre foi uma grande ferramenta para construção de uma sociedade. Cartas, livros, diálogos, jornais, rádio, e agora principalmente televisão e internet sempre circularam informações para manter as pessoas atualizadas sobre determinados assuntos, inclusive o mundo político. O princípio dos meios de comunicação sempre foi passar as informações mais cristalinas possíveis, porém todos sabem que essa ideologia nunca saiu de ser uma bela frase para convencer o público.
A imprensa nacional é monopolizada basicamente por quatro famílias: os Marinho (Organizações Globo), os Civita (Grupo Abril/ Veja), os Frias (Grupo Folha) e os Mesquita (Grupo Estado). Foram essas que auxiliaram o primeiro golpe nacional em 1964, assim como auxiliaram a legalização do golpe contra a presidente Dilma Rousseff, como ressalta Mauro Lopes. Numa publicação de 13 de março de 2016, o jornal O Estado de São Paulo publica um texto com a seguinte retórica “Chegou a hora de os brasileiros de bem, exaustos de uma presidente que não honra o cargo que ocupa e que hoje é o principal entrave para a recuperação nacional, dizer em uma só voz em alto e bom som: basta!”, semelhante ao editorial Correio da Manhã apoiador do golpe de 64, ainda mais não podemos esquecer as constantes series de reportagens contra o governo atual apresentadas no Jornal Nacional. Além disso essas mídias retiram cada vez mais colunistas e repórteres ditos de esquerda, e substituindo-os por outros que tem como objetivo difamar e legalizar o golpe. Outro método dessa mídia manipuladora, para atingir a meta do golpe é mostrar a “insatisfação” da população por meio de protestos. Protestos principalmente do MBL (Movimento Brasil Livre), onde essa tem uma ideologia neoliberal e comprovadamente financiamento externo (empresas americanas), que tem o projeto de implantar o molde ao redor do mundo como explica Marina Amaral. Lógico que estão “insatisfeitos”, são pagos para tal e são de uma elite de jovens, “representando” muito bem a população. A partir disso vamos para um estudo de Pablo Ortellado, Esther Solano e Márcio Moretto, que pesquisaram durante um ano os grupos pró-impeachment (manifestações de 12 de abril a 16 de agosto de 2015) e os anti (manifestações de 31 de março de 2016) em São Paulo. O que choca é que os pró-impeachment além de carregarem argumentos antipetista, segundo as entrevistas não confiam nos outros dois partidos envolvidos, o PSDB que tinha como candidato a Presidência, em 2014, Aécio Neves, e o PMDB que seria o partido cujo Michel Temer assumiria a Presidência na saída de Dilma. Além disso, como parte da pesquisa, os três autores levantaram dados sobre a renda e a idade dos manifestantes do dia 31 de março, o que resultou em:
77,5 - Tinham formação universitária, sendo 77% desses pró-impeachment
44% - Tinham idade a cima de 40 anos, sendo 53,9% pró-impeachment
A partir disso foi levantado também a renda dos manifestantes do dia 16 de agosto e 31 de março, e os pesquisadores levam você a questionar sobre quem está presente no debate e na mobilização sobre o impeachment.
(Pesquisa sobre a renda familiar dos manifestantes disponível em www.gpopai.usp.br/pesquisa)
Mesmo com a tentativa das imprensas internacionais de advertir sobre a manipulação das informações pela mídia nacional, a população brasileira, principalmente a classe média já estava alienada e posicionada a favor do golpe, admitindo que esta era a solução para o brasil sair da crise. Tudo isso se deve a falta dos investimentos milionários do governo nessas mídias e a sede dessas famílias em transformar um governo popular ao um governo de minorias, privatizações e um liberalismo econômico. Assim essas quatro famílias ajudam a financiar e legalizar o dito golpe feito no ano de 2016.
Charge de Jaime Garzon
A informação da desinformção