Um suspiro de democracia eminente
A democracia, sempre foi algo muito frágil em nosso país, foram ao todo três golpes à presidentes da república que tentaram melhorar o Brasil. Joao Goulart, Getúlio Vargas e agora Dilma Rousseff, todos estes derrubados a partir de uma pequena elite que não aceita uma melhora na vida da população menos favorecida. Assim não podemos enxergar o Brasil como um país democrático, ou podemos, como um “democrático elitizado”.
Infelizmente não podemos contar com um futuro próspero a nosso país, pois medidas retrógadas estão sendo tomadas, como a privatização e entrega de empresas e recursos públicos, como o Pré-Sal, o congelamento de despesas “inúteis” como saúde e educação, fragilização dos direitos trabalhistas e uma abertura exacerbada no capitalismo financeiro no nosso país, criminalização do pensamento crítico, arbitrariedade escancarada do poder policial, recuo da legislação ambiental, como nos explica Luis Felipe Miguel no capítulo em que assume. Este será nosso Brasil.
A massa que atingiu recentemente direitos básicos, verão seus sonhos sendo destruídos e seus direitos básicos novamente negados. Grupos como LGBT, Negros e Mulheres, voltarão a ter seus direitos semelhantes ao período colonial, ou seja, reduzidos a quase zero. Porém teremos uma classe que será beneficiada por tudo isso, claro a elite.
Vemos o quanto nossa situação é ruim, porém nós como brasileiros que ainda conseguimos notar que a situação é alarmante, devemos nos organizar. Para Guilherme Boulos e Vitor Guimarães toma como essencial uma reinvenção dos caminhos da esquerda, alcançada apenas com o estímulo a amplas mobilizações. Sendo assim, faz parte de uma solução política a mobilização, com protestos com real sentido, exigir por mudanças. Expor e espalhar, por meio de blogs, opiniões contrarias à aquela que considera o golpe como melhor saída para a crise. Livros como o "Por Que Gritamos Golpe?" são um suspiro de que a democracia ainda pode sobreviver e nós devemos apoiar e incentivar causas como essa, para ainda ter alguma chance de viver em um país democrático.
A população que era a favor do golpe e revoltada com o governo anterior, ainda não conseguiu entender, que uma ruptura democrática ilegítima não é saída, e que o golpe não foi feito para melhorar a vida da população. Portanto, a partir disso deve haver uma compreensão de que o golpe ocorrido transpassa o posicionamento político, não mais uma questão de direita, centro ou esquerda, mas sim uma questão de democracia. Sendo assim, uma frente ampla deve ser unificada em torno da questão da democracia e reunir aqueles que são a favor dela, como infere Andre Singer.
A política é feita para atender a todos incluindo LGBT, negros, pobres, mulheres, sertanejos, e o local para debater a vida coletiva como rediz Lira Alli. Não deveria ser uma ferramenta para beneficiar apenas quatro ou cinco famílias, nem muito menos empresas multinacionais internacionais, mas sim o povo brasileiro, a sociedade deve entender que o golpe não foi algo para melhorar nosso estado, mas sim depredar as pequenas conquistas de nossa sociedade conseguidas ao longo de anos e anos. Infelizmente não vemos projeções positivas no futuro de nosso país, que caminhava a passos lentos a uma ascensão. O governo petista envolvia todas as classes sociais, mesmo sob a hegemonia da burguesia, como diz Andre Singer e na crise essa divisão foi abalada. Sendo assim, mesmo com os erros os anos de governo petista tinham lá suas políticas populares e o mais importante, um governo legítimo. Agora resta-nos a esperança de a população modificar o futuro do país, e subverter a manipulação que vem ocorrendo, principalmente por meio das mídias, assim voltarmos a ser um país democrático, e com uma grande projeção para o futuro.