Coluna CULTíssimo Edição 08 - Dercy Gonçalves | Page 5
LiteraLivre nº 8 – Mar/Abr de 2018
para que construísse um mausoléu de Sua última aparição no palco foi em
vidro em forma de pirâmide, na cidade 2007 na comédia teatral Pout-PourRir
onde nasceu. E depois de sofrer um onde
acidente de carro e uma cirurgia para Humor", numa noite inesquecível.
retirar um câncer de estômago, ela Fechando a vida com chave de ouro,
apressou a construção do túmulo, que participou do filme “Nossa Vida Não
rapidamente se tornou uma atração Cabe
turística. Pinheiro, em 2008, meses antes de
comemorou
Num
"Cem
Opala”,
Anos
de
de
Reinaldo
falecer vítima de uma pneumonia, aos
101
anos
(de
acordo
com
seu
registro), em 19 de julho no Rio de
Janeiro.
Ela foi enterrada (em pé) na cidade de
Santa Maria Madalena com palmas e
festa, em seu mausoléu em formato
de pirâmide.
Dercy Gonçalves, a grande marginal
da arte brasileira, foi uma mulher
guerreira,
Considerada vulgar por dizer palavrões e
expressar livremente sua opinião, na
vida
pessoal
surpreendia
por
seu
comportamento sóbrio e puritano, que
beirava o moralismo. Com uma carreira
de mais de 80 anos, conhecer sua
história é conhecer a história do Brasil e
da mulher brasileira. Pensando nisso a
escritora
Maria
Adelaide
Amaral,
publicou em 1994 o livro “Dercy de Cabo
a Rabo”, baseada em documentos e no
depoimento da própria Dercy.
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artística
com
sem
uma
igual,
sensibilidade
exemplo
de
superação e persistência, um espírito
puro,
que
enfrentando
elitista
driblou
um
e
o destino,
mundo machista,
preconceituoso,
uma
adolescente que deixou uma vida sem
futuro
e
desafiou
fez
os
seu
próprio
padrões
e
roteiro,
encantou
plateias no Brasil e no exterior como
uma
humorista
completa,
representante máxima da figura da