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"Carolina Maria de Jesus está em eventos literários, em debates públicos, em peças de teatro, no cinema, em letras de música, vira e mexe também na imprensa, mas pouquíssimas pessoas sabem da sua importância.."

de uma breve conversa, ficou sabendo que aquela mulher era nada mais que Carolina Maria de Jesus, que trabalhava na maior parte do tempo como catadora de papel, e que criava sozinha três filhos pequenos, era autora de dezenas e dezenas de cadernos. Entre eles, um diário extensíssimo, que, editado por Dantas, virou o livro Quarto de Despejo. crianças na favela do Canindé, zona norte de São Paulo, e depois de uma breve conversa, ficou sabendo que aquela mulher era nada mais que Carolina Maria de Jesus, que trabalhava na maior parte do tempo como catadora de papel, e que criava sozinha três filhos pequenos, era autora de dezenas e dezenas de cadernos. Entre eles, um diário extensíssimo, que, editado por Dantas, virou o livro Quarto de Despejo

editado por Dantas, virou o livro Quarto de Despejo.

Com o lançamento do livro, ocorrido na década de 1960, onde foi vendido cerca de 10 mil cópias em uma semana somente na cidade de São Paulo, do dia para noite a figura única, Carolina começou a ser requisitada por todos. Durante este período viveu dias intensos, sendo que a sua obra foi traduzida em mais de duas dezenas de línguas, chegando a Europa, Ásia, América Latina. Acabou por falecer em 1977 no interior de São Paulo em perfeito esquecimento.

traduzida em mais de duas dezenas de línguas, chegando a Europa, Ásia, América Latina. Acabou por falecer em 1977 no interior de São Paulo em perfeito esquecimento.

O cotidiano da vida na favela do Canindé – cujo local é o verdadeiro quarto de despejo ao qual deu o nome do título do livro narrado por Carolina de Jesus é permeado de relatos de violência, doenças e fome, a fome que, logo de início, é definida como a escravidão dos tempos modernos. Mas também é cheio de suas reflexões sobre o Brasil e a vida da mulher negra.

No Brasil, o relato literário recebeu críticas e comentários de escritores e intelectuais como Sérgio Milliet, Rachel de Queiroz e Manuel Bandeira. No exterior, Carolina foi recebida com entusiasmo por Pablo Neruda e Octavio Paz.

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CHALÉ12

"A única coisa que não existe na favela é solidariedade.“

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