Chalé12 Magazine 1 | Page 24

candomblé não concordam muito que isso deva ser reforçado. A intolerância existe, na minha opinião, porque é melhor lidar com a ideia do sincretismo e fingir que vivemos pacificamente em igualdade de direitos do que admitir que o racismo é um problema social que se espalha em diversas áreas da vida das pessoas. Há um cinismo coletivo que não nos permite avançar nas pautas acerca da igualdade na prática. Porque a constituição diz que o Estado é laico e nos é garantido o direito de professar a nossa fé, mas o que vemos é esse ódio e demonização que é um desdobramento do racismo, sem dúvida. Nenhum problema relacionado ao racismo é fácil de solucionar, se fosse já nem precisaríamos mais falar sobre isso, mas acho que educação para a diversidade é um dos caminhos possíveis. E lembrar que combatemos intolerância com respeito.

- As religiões mais conhecidas são o candomblé e a umbanda, mas muitos as confundem. Qual a diferença entre ambas?

O candomblé é uma religião de matriz africana, que possui algumas nações e formas de praticar, mas seria um entendimento da espiritualidade a partir da filosofia africana. A umbanda tem além dos elementos do candomblé, o culto aos santos católicos e aos caboclos, que seria a contribuição indígena, digamos assim. A umbanda nasce no Brasil, e seria esse sincretismo de maneira estruturada numa religião. Evidentemente existem outras diferenças, mas acredito que essa seja a maior.

- Em 2003 foi promulgada uma lei que exigiu que as escolas brasileiras tenham em seu currículo o ensino de história e cultura afro-brasileira. Você percebe que isso ajudou na valorização dessa cultura? De que forma?

- Em 2003 foi promulgada uma lei que exigiu que as escolas brasileiras tenham em seu currículo o ensino de história e cultura afro-brasileira. Você percebe que isso ajudou na valorização dessa cultura? De que forma?