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“... Joaquim Bastinhas pertence a esse excelso grupo de
personagens que marcaram a fogo a pele desta Feira com
o Ferro da alegria, do entusiasmo e da entrega, tatuando-a
com a arte de bem montar a cavalo, do convívio são e aberto
e do saber ser Português sem reticências.”
HOMENAGEANDO O CAVALEIRO
JOAQUIM BASTINHAS
Foi daqui, deste lugar tão especial, que o Bastinhas
disse Adeus.
Só quem conhece, verdadeiramente, a alma desta
Feira, pode entender porque é que o Adeus teria
de ser daqui.
Muito mais do que um palco de festa, este Arneiro
conta uma história.
Uma história sem tempo e sem modas. Uma his-
tória de amor que une pessoas de todos os lados
e de todo o lado através de uma paixão simples,
pura, inexplicável, como todas as paixões, numa
representação verdadeira de vidas, cuja razão de
ser é o cavalo, cujo argumento segue ao ritmo de
quem tem o talento de o entender, respeitar e amar.
Para quem sente a alma desta Feira, sabe que
os seus recantos enfumarados guardam a ima-
gem dos verdadeiros protagonistas desta peça.
Daqueles que através da sua carreira, do seu
talento, mas acima de tudo da comunhão entre a
sua personalidade e a da Golegã, fazem com que não nos consigamos lembrar dela sem nos lembrarmos deles. Que não a
consigamos celebrar sem os celebrarmos.
O Joaquim Bastinhas pertence a esse excelso grupo de personagens que marcaram a fogo a pele desta Feira com o Ferro da
alegria, do entusiasmo e da entrega, tatuando-a com a arte de bem montar a cavalo, do convívio são e aberto e do saber ser
Português sem reticências.
O Joaquim Manel, vivia o São Martinho da mesma maneira como interpretava o Toureio a Cavalo. De forma genuína, de cora-
ção cheio, de braços abertos e alegria contagiante. O andamento dos seus cavalos no Arneiro era como o da sua personalidade
em Praça, exuberante, cativante e alegre e a sua posição em sela era como a sua trajetória de vida reta, forte e equilibrada.
Infelizmente, a lembrança do homem e do amigo, do exemplo de lealdade como colega, do legado que deixou fruto da ini-
ciativa e responsabilidade que punha em tudo o que construía, do amor e dedicação incondicionais á sua família, da atenção
e fidelidade que dispensava a todos os que o acompanhavam, do esmero com que
cuidava da sua casa, da casa dos seus cavalos, dos seus arreios, das suas searas e
da terra que tanto amava, não atenua a saudade que temos da sua presença.
Resta-nos a recordação, a gratidão e o louvor.
Hoje, no dia mais marcante da Feira do Cavalo, iluminados pelo seu eterno sorriso,
vamos todos homenagear o homem e o artista com um clamoroso Olé, e, olhando
para o céu e depois para este palco belo e enfumarado, entender claramente que
só poderia ser aqui, nesta arena em que todos são toureiros de uma mesma faena,
em que todos são atores da mesma historia, cheia de cavalos, cavaleiros, repleta de
espetáculo , de arte e do publico que ele tanto amava, que só poderia ser daqui, do
Arneiro da Feira da Golegã, que o Bastinhas diria Adeus.
Olé, BASTINHAS!
Quinta-feira, 7 de Novembro, pelas 19h00,
durante o Desfile dos Cavaleiros Tauromáquicos
Paulo Caetano