Track of the Cat incorpora o quadro referencial básico desse conjunto de westerns ( há o enclausuramento , o agrupamento reduzido , o conflito entre moral aceita e imposição autoritária ), mas os retraduz com grande originalidade em seus próprios elementos . O isolamento e o estudo de um pequeno grupo é aqui intensificado porque restrito a uma única família que habita um afastado rancho no Colorado . Com este filme , Wellman pôde arriscar-se num experimento cuja ideia o obcecava fazia já alguns anos , a saber , realizar o que ele mesmo chamou de “ um filme preto e branco em cores ”. Não apenas paisagem natural ( obviamente apropriada ao projeto ) como também os figurinos e a cenografia de Track of the Cat tendem rigorosamente para o preto ou para o branco , com pouco ou nenhum matiz intermediário . Mas o monocromatismo , aqui , não apenas serve à criação da ambiência opressiva essencial à proposta , pois se Wellman impõe essa rígida paleta , ele o faz para quebrá-la com um conjunto intrigante e misterioso de pequenas ocorrências cromáticas : o fogo na lareira , alguns entalhes de madeira , o uísque numa garrafa . Mas é o casaco vermelho de Curt ( Robert Mitchum ) e a camisa amarela de Gwen ( Diana Lynn ) que figuram como irrupções coruscantes maiores em meio a esse mundo em preto e branco , como os elementos que , em cena , se sobressaem frente ao olhar do espectador . A presença dessas cores distoantes parece rejeitar interpretações propriamente simbólicas , sendo muito mais proveitoso para a compreensão do filme pensar nelas como um meio de desautomatizar a nossa percepção do ambiente , apontando para certos traços importantes que seriam menos proeminentes sem essa ênfase sutil . Tal como a pantera que os personagens caçam , as cores estão lá como um rastro que deve ser seguido com o olhar , e não ser abstratamente “ decifrado ” por projeções falsamente intelectuais – o que quer que elas apontem não as nomeia .