Catálogo Cine FAP Segundo Semestre de 2016 | Page 3
Sessão Especial
Homenagem à Michael Cimino
01/08/2016
O Último Golpe
(Thunderbolt and Lightfoot, 1974 – 115 min.)
Passados sete anos de um ousado assalto a
banco, o time de ladrões decidiu se aposentar e
se separar para não levantar suspeitas. Ocorre
que Thunderbolt (Clint Eastwood) é procurado
pelos antigos parceiros, que pensam que o
colega ficou com a parte deles no assalto. Quem
o ajuda a escapar é um de seus amigos, o
atrapalhado Lightfoot (Jeff Bridges). Este
convence Thunderbolt a voltar à ativa e realizar
um último assalto, ainda mais audacioso. Filme
que marca a estreia de Michael Cimino na
direção
Trechos de: “Michael Cimino: O esfacelamento de mitos para a construção de uma obra”, por Marcelo
Miranda.
Íntegra: http://www.filmespolvo.com.br/site/artigos/contra_plongee/795
Na entrevista coletiva para promover Bastardos Inglórios no Festival de Cannes, em
maio de 2009, Quentin Tarantino se declarou um apaixonado pela atriz francesa Isabelle Huppert, que
presidia o júri. Palavras dele: “Ninguém a ama mais do que eu. Perdi a conta de quantas vezes revi O
Portal do Paraíso , de Michael Cimino”. Despercebida e pouco divulgada, a citação de Tarantino ao
filme de Cimino não apenas reforçou a profunda cultura cinéfila do realizador de Kill Bill como deu o
brevíssimo holofote a um filme e a um realizador que a indústria de Hollywood tratou de apagar.
Sim, Michael Cimino se transformou numa nódoa, um câncer extirpado, um vilão
derrotado, um monstro derretido dentro da engrenagem cruel do cinema americano. Se no passado
fora celebrado como novo queridinho, capaz de arrematar uma penca de Oscars logo em seu segundo
longa ( O Franco Atirador ), não precisou de uma década para que Cimino se tornasse o enfant terrible ,
o filho que deu errado na geração setentista capitaneada por ele, Francis Ford Coppola, William
Friedkin, Martin Scorsese e Brian De Palma. De todos estes, Cimino é o único a ter largado o cinema,
e também o único a, numa determinada fase de sua carreira, não contar com mais nenhum tipo de
apoio. Numa ironia que talvez encantasse a Tarantino, se ela não fosse tão trágica, Michael Cimino é,
hoje, um bastardo inglório.