Catálogo Cine FAP Segundo Semestre de 2016 | Page 10
Não penso em mais nenhum outro que consiga explodir e se exaltar com tamanha intensidade e
personalidade quanto ele. No Jovem Frankenstein isso fica mais que claro. O roteiro do filme é
também dele, co-escrito com Mel Brooks.
Gene Wilder foi alguém que descobriu ser engraçado por todos os motivos certos.
Segundo ele, depois que sua mãe teve um ataque cardíaco (Wilder ainda era criança), o médico
pediu que tentasse fazer-la rir. E é a partir da necessidade de remendar um coração partido que ele
descobriu que podia ser engraçado, se quisesse. Grande parte da beleza de sua arte pode ser
relacionada a isso. Pelo menos pra mim, assistindo seus filmes e rindo com seus personagens, isso
faz muito sentido. Ele dizia que queria ser um ator, não um comediante. Talvez um ator de comédia.
Ele era alguém que não se achava engraçado na vida, somente nos palcos ou na função de ator. E
realmente, em O Jovem Frankenstein , Wilder interpreta com um foco de ator, não de comediante,
porém nunca se levando tão a sério ao ponto de se tornar patético. Como o centro da desmiolice,
loucura e excentricidade de todos os personagens, Gene Wilder é perfeito.