Catálogo Cine FAP Primeiro Semestre de 2018 | Page 11
Sessão Especial
Nelson Pereira dos Santos
04/05/2018
Boca de Ouro
(Boca de Ouro: BRA, 1963 – 103 min.)
Após o assassinato de um bicheiro, um
repórter decide relatar a sua vida a partir do
depoimento de uma de suas amantes. As
lendas sobre o bicheiro, dentre outras
coisas, revelavam que ele usava uma
dentadura de ouro, e que estava
preparando um caixão mortuário com o
mesmo valioso metal.
Trechos de: “Nelson e a Palavra Filmada”, por José Geraldo Couto.
Íntegra: https://ims.com.br/blog-do-cinema/nelson-e-palavra-filmada/
No cinema brasileiro talvez tenha havido gênios de brilho mais intenso e fugaz
(Mario Peixoto, Glauber Rocha, Rogério Sganzerla), mas nenhum outro cineasta teve a grandeza
prolífica e perene de Nelson Pereira dos Santos, que morreu aos 89 anos no último dia 21.
Se o pioneiro Humberto Mauro foi a figura dominante da primeira metade do
nosso século do cinema, a segunda foi, sem dúvida, dominada por Nelson e sua gigantesca
sombra. Melhor seria dizer “sua gigantesca luz”, já que ele nunca abafou ou obscureceu a
produção de seus contemporâneos e discípulos. Ao contrário, sempre a fecundou com suas
ideias, sua cooperação e seu afeto.
Há uma justiça poética no fato de seu primeiro longa-metragem, o seminal Rio 40
graus (1955), ter sido feito com uma câmera emprestada por Mauro. Foi, sem que se soubesse
na época, uma espécie de passagem do bastão.