Catálogo Cine FAP Primeiro Semestre de 2017 | Page 20

Junho/2017 26/06/2017 Os Eternos Desconhecidos, de Mario Monicelli (I Soliti Ignoti: ITA, 1958 - 106 min.) Sátira aos filmes de assalto que acompanha as peripécias de Peppe, um ex-boxeador que está cansado de viver de pequenos golpes e resolve fazer o assalto perfeito. Sua quadrilha é formada por um fotógrafo sem câmera, um ladrão aposentado, um ex-jóquei e um siciliano. O plano parece infalível, mas nada acontece do jeito que eles imaginam. Trechos de: “Doce e Amargo”, por Antonio Nahun. Íntegra: http://ofalcaomaltes.blogspot.com/2012/06/sala-vip-os-eternos-desconhecidos.html A comédia à italiana foi o único gênero europeu (o policial francês chegou perto) com capacidade para competir comercialmente com os produtos da indústria cinematográfica ―made in USA‖. Ela conseguiu reunir uma equipe de realizadores notáveis (De Sica, Monicelli, Scola, Risi, Nanni Loy, Comencini, Steno...), hilários e inteligentes roteiristas (Age, Scarpelli, Sonego, Maccari, Scola...) e um rico elenco de excepcionais intérpretes (Gassman, Mastroianni, Sordi, Sophia Loren, Monica Vitti, Tognazzi, Manfredi, Totó, Anna Magnani...). Em seus títulos mais destacados, unem a legítima expressão autoral, a condição de entretenimento e a benevolência dos críticos. Filmes de alvo eminentemente popular que se convertem em um autêntico fenômeno cultural e cinematográfico. Surgiu da evolução (ou perversão) do ―neo-realismo‖, do resgate de comédias burlescas dos anos 40 - chamadas ―telefones brancos‖ -, e do próprio espírito pícaro italiano. Misturando comédia e drama - ou comedia e intriga policial -, gente comum, vivências nada heroicas e um discurso que se coloca a favor dos miseráveis, deixaram um legado de várias obras-primas. OS ETERNOS DESCONHECIDOS é uma delas. Como tantos personagens da comédia à italiana, os picaretas do filme de Mario Monicelli (1915-2010) desconhecem o êxito e o amor. A pobreza, o desemprego, a sobrevivência a qualquer custo, uma certa inocência e os problemas de uma vida difícil marcam sua trajetória fracassada. O embate permanente entre o grotesco e o cômico, a caricatura e a ternura, a doçura e a amargura, confere dinamismo e empatia a uma farsa memorável, de palpitante observação social. A trama, para quem não conhece, é simplória: um bando de ladrões pé de chinelo planeja o golpe perfeito, roubando o cofre de uma loja de penhores, mas nem tudo sai como planejado. Por mais que