11
Carta do povo São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2018
dívida, substituindo-o pelo
ciclo virtuoso de menos
déficits, dívida crescente e
juros baixos”. O presidente
afirmou também, que a
tomada
de
decisão,
“estimulará
os
investimentos,
o
crescimento
e
a
consequente geração de
empregos”.
Por fim, confirmou alianças
com países que “possam
agregar valor econômico e
tecnológico” aos brasileiros,
também sem citar nomes
dos
quais
pretende
aproximação,
embora
deixar claro que foca em
países desenvolvidos.
Após o resultado do 2°
turno, o presidente recebeu
cumprimentos de líderes
como Enrique Peña Nieto,
presidente do México,
Vladimir Putin, presidente
da Rússia e Donald Trump,
presidente dos Estados
Unidos, que por sua vez,
afirmou trabalhar com o
novo presidente em prol da
segurança e comercio.
Por Camilla Correa
Como proposta envolvendo o SPC influencia
na economia nacional?
.Entrevista Proposta ousada mexeu com a curiosidade do brasileiro durante as eleições
Durante as campanhas presidenciais
de 2018, os candidatos Ciro Gomes
(PDT) e Fernando Haddad (PT)
utilizaram como
promessa de
campanha, o auxílio do Governo
Federal na quitação dos débitos dos
brasileiros. Em alguns momentos da
corrida presidencial, Ciro pedia a
confiança dos eleitores e garantia: “eu
vou tirar seu nome do SPC”.
No site oficial do ex-candidato pelo
PDT, vídeos e cartilhas explicam a
proposta. De acordo os tutoriais, o
governo usaria sua influência para
baixar o valor dos juros em, pelo
menos, 70%. O restante da dívida seria
parcelado em 36 vezes, com três meses
de carência. Assim que o devedor
assinasse o acordo, seu nome estaria
fora do Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC).
O professor e economista Marcello
Bezerra responde perguntas sobre o
impacto do projeto na vida e na
economia dos brasileiros.
Carta do Povo: Uma proposta desse
nível seria possível no Brasil?
Marcello Bezzera: Não
acredito,
pois, o governo não tem condições
financeiras de arcar com tal
possibilidade, mesmo que o fizesse
seria artificial e com riscos altíssimos
de não concluir o processo. O que
poderia ser feito, seriam algumas
pontes e ações para minimizar estas
dividas, através do SFN (Sistema
financeiro Nacional do Brasil), mas de
forma viável.
CP: Em caso de o projeto entrar em
vigor, qual seria o impacto na
economia nacional?
MB: Teoricamente ocorrendo, do
ponto de vista formal, seria um
número muito alto de consumidores
potencialmente propensos a crédito,
mas em um fluxo de pessoas sem
lastro, pois tal ação seria sem
fundamento, já grande parte destes
devedores estão inadimplentes por
desemprego e por perda na renda.
CP: É seguro para o governo se
comprometer na negociação
do
credor?
MB: De
forma
alguma,
até
porque, como já exposto, o governo
não tem fundos para isto, mas poderia
interceder com ajustes no SFN.
CP: Como o mercado reagiria após
essa regularização de crédito em
massa?
MB: Com muito receio, pois a forma
de quitação seria artificial e isto não
necessariamente geraria mais créditos
e consumo, pois o mercado, estaria
atento a este tipo de devedor.
CP: É positivo para a política de
capital ter o governo intermediando
esse tipo de negociação?
MB: Seria positivo se houvesse uma
reforma no SFN, com vários ajustes.
Daí por diante atuando de forma
sincronizada.
Por Pedro Ribeiro
31%
69%
Fonte: SPC
Haddad e Ciro se abraçam após debate no SBT - Eduardo Knapp/Folhapress
Nome limpo
Nome Sujo