Cantinho do Líbano 01 | Page 7

No centro da citadela, um altar se destaca. Para venerar os deuses, sacrifícios humanos aconteciam no local. Em honra a Júpiter, foi erguido um dos maiores templos do mundo. Das 54 colunas originais, seis ainda estão de pé, imponentes, com 20 metros de altura.

Apesar da passagem dos séculos, o templo de Baco é o templo romano mais preservado do Oriente Médio. Baco era o deus do vinho e das festas e com a flor da papoula era produzido o ópio, alucinógeno tomado nas cerimônias em homenagem a Ele. Por terem sido construídos com as grandes e pesadas pedras, há quem acredite que era uma terra povoada por gigantes. Ao entardecer tudo fica coberto pela luz do Sol e devido a isso, os antigos gregos batizaram o lugar de Heliópolis: a cidade do Sol.

Hoje convivem no Líbano cerca de 18 religiões diferentes. A catedral ortodoxa de São Jorge, uma igreja maronita e outras duas católicas são vizinhas de um monumento imponente, com torres que parecem tocar o céu: a Mesquita Azul, a maior do Líbano.

Para entrar na mesquita todas as mulheres precisam cobrir o corpo, e tanto os homens quanto as mulheres precisam tirar os sapatos em sinal de profundo respeito.

Nas paredes estão gravados trechos do livro sagrado dos muçulmanos, o Alcorão, em letras douradas. O salão de orações pode receber até 5 mil pessoas.

Um chamado começa na mesquita e ecoa por toda Beirute. Suas orações são sempre feitas em direção à Meca, a cidade sagrada dos muçulmanos que fica na Arábia Saudita. Antes de iniciarem, há um ritual de purificação: lavar as mãos, os pés e o rosto. Cada muçulmano deve fazer cinco orações diariamente, da alvorada até o pôr do sol.

O que mais pode surpreender no incrível território libanês? Palácios, castelos ou, quem sabe, uma caverna paradisíaca? Jeita é uma grande obra de arte esculpida pela natureza. E essa artista é inquieta. Ano após ano vai acrescentando

mais e mais detalhes. São cores e formas incríveis. Para os libaneses, a gruta de Jeita é a oitava maravilha do mundo.

A água escorre por fendas na rocha calcária. Gotas caem no mesmo lugar há milênios, formando esculturas que brotam do chão ou parecem sair do teto.

A caverna já foi habitada na pré-história e hoje guarda uma das maiores estalactites do mundo, com mais de oito metros. Um belíssimo trabalho de erosão de milhões de anos.

Além de toda sua beleza e cultura, durante seus 7 mil anos de história o Líbano passou por diversas guerras e destruições, precisou se refazer muitas vezes, deixando um legado marcante na história do país e de seu povo. O que sobrou dos conflitos é inquietante. Tanques e destroços se amontoam numa cratera que ganhou o nome de Abismo.

Uma força divide opiniões pelo mundo, Hezbollah, que significa "O Partido de Deus", é uma força islâmica xiita com estrutura similar

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a do Exército que é ao mesmo tempo, um grupo político. Diversos países os consideram terroristas, embora sejam vistos por iranianos, árabes e mulçumanos como uma força de defesa contra a interferência exterior.

Sua meta principal é construir um Estado Islâmico Libanês e extinguir Israel. Hoje, o ‘Partido de Deus’ converteu-se em um grupo político com cargos conquistados no parlamento do Líbano, uma rádio e um canal de TV via satélite.

Criaram o ‘Museu de resistência do Hezbollah’ ou o ‘Marco turístico da resistência’, como é oficialmente conhecido. Um museu de guerra ao

ar livre criado pela organização militante islâmica para comemorar as batalhas que lutaram ao redor do local que o museu ocupa hoje. O Museu fica ao sul da cidade libanesa de Mleeta, à 50 quilômetros ao norte da fronteira da Palestina-libanesa.