Cantinho do Líbano 01 | Page 6

Líbano – a história através dos milenios

Bianca Marchetti

gregos - pode ser encontrado exposto no Museu Nacional de Beirute.

Hoje em Biblos acontecem os grandes festivais de verão. Um lugar encantador, que sediou grandes eventos ainda é constantemente registrado por grandes fotógrafos e artistas da pintura de todas as épocas. É ali onde se encontram também grandes restaurantes de frutos do mar, além de feiras muito populares de artesanato.

O mar bravo não intimidava os antigos fenícios e sua cultura marítima floresceu na região durante mais de 2 000 anos. Das aventuras marítimas, peixe fresco nunca faltou por lá. Uma terra colorida, saborosa e cheia de variedades, os mercados libaneses são um encanto, para os olhos e para o paladar. Os temperos são verdadeiras especiarias. Sua culinária reúne tradições mediterrâneas, européias e orientais, e está fortemente ligada à culinária síria. Além das carnes, frutas, verduras e legumes, a cozinha libanesa tradicional utiliza muitas especiarias como: açafrão, canela, gergelim, pimenta, cravo, noz moscada, cominho, páprica, coentro, cebolinha, salsa e hortelã. Antigamente tais especiarias chegaram a valer quase que seu peso em ouro, o que deu origem às grandes navegações nos séculos XV e XVI. O país também possui cenários impressionantes.

Vestígios dos tempos romanos retomam lugar de destaque na paisagem. Na poeira de tantos milênios, a história resiste. O tempo deixou marcas profundas naquele território.

Baalbek é um lugar onde o homem se sente muito pequeno. Dezenove civilizações deixaram um legado ali. É um dos maiores complexos de templos pagãos da antiguidade. Primeiro, foi cidade fenícia do deus Baal. E tantos povos depois, virou colônia dos romanos, que construíram jóias da arquitetura.

Um lugar com histórias e belezas surpreendentes, o Líbano é banhado pelas águas azuis do Mediterrâneo, um pequeno país localizado na Ásia Ocidental com um território de 10.452 km², pouco mais da metade do estado de Sergipe, encontra-se no extremo leste do Mar Mediterrâneo, ao norte de Israel e oeste da Síria. A capital e principal cidade do país é Beirute e sua língua oficial é o árabe. Existe hoje uma grande variedade de grupos étnicos e religiosos vivendo por lá, cada um preservando suas próprias tradições. Dentre eles, os muçulmanos constituem 60% da população, e cristãos perfazem 39%. A atual moeda é a libra libanesa e seus habitantes são mestres no comércio e na arte de negociar. É um precioso pedaço de terra que guarda memórias muito antigas, de cerca de 7 mil anos.

O Líbano é um dos quinze países contemporâneos que ocupam a região considerada o Berço da Humanidade. Biblos, uma de suas cidades, é considerada a mais antiga do mundo por ter abrigado várias civilizações, mesmo antes de os fenícios chegarem à região. O local foi povoado primeiramente durante o período Neolítico, por volta de 5000 A.C. As primeiras características de cidade datam do terceiro milênio A.C., no tempo dos cananeus, posteriormente chamados de Fenícios pelos gregos. Durante o período calco lítico, ou idade do cobre, de 3500 a 3100 A.C., um novo povo invadiu Biblos, estes já dominavam bem a caça e aperfeiçoaram suas ferramentas para desenvolver a arte da cerâmica. Ruínas do período proto-urbano, 3100-2900 A.C., mostram que começaram a ser feitas casas retangulares com um espaço entre elas, que formavam ruelas estreitas, dando a forma de uma pequena cidade. No local, vários objetos e artefatos, com mais de 5000 anos, foram encontrados, também da época do domínio Egípcio.

No sarcófago do Rei Ahiran, de 1.200 A.C. continha aquilo que seria o alfabeto fenício de 22 caracteres, talhadas. Este sarcófago, e tantos outros, foram retirados das ruínas de Biblos. Este alfabeto - mais tarde aperfeiçoado pelos gregos - pode ser encontrado exposto no Museu Nacional de Beirute.