Semeando vivências
Uma das mudanças demográficas mais marcantes e importantes da atualidade é o envelhecimento humano, o qual tem alcançado também boa representatividade em países que se encontram em desenvolvimento. O processo do envelhecer é uma trilha natural e irreversível, sendo percebido por quem vivencia essa fase a partir de diferentes prismas, derivando das experiências, objetivos e perspectivas que integram a vida do ser. No contexto brasileiro, pode-se perceber que a população vem envelhecendo acentuadamente a partir da década de 60 e o principal motivo para esse fato é pelo exacerbado declínio da taxa de fecundidade (Veras, 2007).
Dentre os países em desenvolvimento, o que se encontra em ritmo mais acelerado em relação ao envelhecimento populacional é o Brasil. O contingente de idosos brasileiros hodiernamente representa cerca de 8% da população. A expectativa de vida vem aumentando, tendo alcançado 72,86 anos para homens e 76,71 anos para as mulheres, estimando-se que alcançará a idade dos países desenvolvidos a partir de 2040. Na região do Nordeste brasileiro, por exemplo, a população de idosos, em relação à proporção, aumentou de 5,1% no ano de 1991 para 7,2% em 2010 (IBGE, 2010).
Nesse sentido, o aumento da expectativa de vida é resultado de uma combinação de fatores que hoje estão sob controle, principalmente, pelos avanços ocorridos na área farmacológica, e também pelas mudanças no estilo de vida da população idosa, pela implantação de novas políticas públicas, além do controle das doenças infectocontagiosas (Matsudo, 2001).
O envelhecimento deve ser compreendido para além do olhar biológico, pois o homem não é apenas um composto de órgãos e músculos, mas, mais do que isso, este se completa através de sua inserção nos meios culturais, sociais, políticos e ideológicos, colaborando, assim, para sua constituição enquanto ser pensante, histórico e social (Guccione, 2002). O envelhecimento pode ser definido como um processo gradual, universal e irreversível, que acelera na maturidade e que provoca uma perda funcional progressiva no organismo (Nahas, 2003)
O envelhecimento se apresenta como um fenômeno natural do ser humano, sendo hoje um fator mundial, ocasionado, dentre outros fatores, pela melhoria das condições de vida, avanços na medicina e dos recursos tecnológicos, a prática de atividades físicas, a alimentação equilibrada, a não utilização de drogas, acarretando, consequentemente, um aumento no índice da expectativa de vida. Em contrapartida, a representação que a sociedade dissemina, a respeito do idoso, ainda carrega marcas do declínio físico e da incapacidade, o que amplia a decadência mental e social de algum tempo atrás (Missias Moreira et al, 2013).