Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 414

Página | 414 CAPITALISMO E POVOS INDÍGENAS NO BRASIL Zeneide Pereira Cordeiro E-mail: [email protected] UFMA RESUMO: O objetivo desta comunicação é discutir sobre a relação entre o Estado brasileiro e os povos indígenas. Destacando que, todos os povos indígenas do Brasil possuem um modo específico de se relacionarem socialmente e territorialmente, de modo que não é pautado em divisão de forças de produção, coerção e destruição, tal, como ocorre no modo de vida dos povos que estão inseridos no sistema capitalista ocidental. O problema atual que cerca os povos indígenas no Brasil e em específico, os povos isolados, resulta do contato intercultural forçado que retirou inúmeros povos indígenas de seu território original para inseri-los num novo modo de vida, baseado em padrões ocidentais, pautados essencialmente, em interesse econômico de âmbito nacional e global e que entende, o modo de vida dos povos indígenas como atrasados e enfadonhos. Foi por meio de contatos forçados, entre “índios e brancos” que as fronteiras do Brasil se delinearam e colocaram as diversas nações indígenas numa situação de estrangeiros na sua própria terra. Esta situação é oficializada, no artigo 231 da Constituição brasileira de 1988, quando garante aos povos indígenas somente a posse e o usufruto das terras que ocupam, enquanto, a União é dona do território. Há mais de 500 anos os povos indígenas lutam diariamente e incansavelmente pela posse, garantia e proteção de seu território. Essa luta, nunca parou, pelo contrário, hoje mais do que nunca, os povos indígenas têm se organizado para lutarem por um direito essencial que é a terra, porque, é a partir da conquista deste direito, que os povos indígenas lutam pela garantia de outros direitos básicos como saúde e educação. Afinal, como um povo indígena pode lutar pela implantação de uma escola em seu território se, esse povo não tem território demarcado? Palavras-chave: capitalismo; povos indígenas; direitos; território