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CAPITALISMO E POVOS INDÍGENAS NO BRASIL
Zeneide Pereira Cordeiro
E-mail: [email protected]
UFMA
RESUMO: O objetivo desta comunicação é discutir sobre a relação entre o Estado brasileiro e
os povos indígenas. Destacando que, todos os povos indígenas do Brasil possuem um modo
específico de se relacionarem socialmente e territorialmente, de modo que não é pautado em
divisão de forças de produção, coerção e destruição, tal, como ocorre no modo de vida dos
povos que estão inseridos no sistema capitalista ocidental. O problema atual que cerca os povos
indígenas no Brasil e em específico, os povos isolados, resulta do contato intercultural forçado
que retirou inúmeros povos indígenas de seu território original para inseri-los num novo modo
de vida, baseado em padrões ocidentais, pautados essencialmente, em interesse econômico de
âmbito nacional e global e que entende, o modo de vida dos povos indígenas como atrasados e
enfadonhos. Foi por meio de contatos forçados, entre “índios e brancos” que as fronteiras do
Brasil se delinearam e colocaram as diversas nações indígenas numa situação de estrangeiros
na sua própria terra. Esta situação é oficializada, no artigo 231 da Constituição brasileira de
1988, quando garante aos povos indígenas somente a posse e o usufruto das terras que ocupam,
enquanto, a União é dona do território. Há mais de 500 anos os povos indígenas lutam
diariamente e incansavelmente pela posse, garantia e proteção de seu território. Essa luta, nunca
parou, pelo contrário, hoje mais do que nunca, os povos indígenas têm se organizado para
lutarem por um direito essencial que é a terra, porque, é a partir da conquista deste direito, que
os povos indígenas lutam pela garantia de outros direitos básicos como saúde e educação.
Afinal, como um povo indígena pode lutar pela implantação de uma escola em seu território se,
esse povo não tem território demarcado?
Palavras-chave: capitalismo; povos indígenas; direitos; território