Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 39
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A ESCOLARIDADE DE SURDOS NO CONTEXTO DO BILINGUISMO
Maria Aparecida de Almeida Araújo
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Naysa Christine Serra Silva
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Orientadora: Thelma Helena Costa Chahini
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RESUMO: Em decorrência da pouca familiaridade com a Língua Portuguesa, muitos discentes
surdos não entendem o que leem e acabam ficando com dificuldades acentuadas na escrita. Os
surdos percebem o mundo de forma diferenciada dos ouvintes, isto é, através de experiências
visuais fazem uso de uma linguagem especifica para isso, a língua de sinais. Nesse sentido, a
língua brasileira de sinais (LIBRAS) é antes de tudo imagens do pensamento desses e faz parte
da experiência vivida da comunidade a qual eles são pertencentes, logo, a negativa de acesso
aos conhecimentos acadêmicos em sua língua materna os tornam segregados no decorrer do
processo ensino-aprendizagem. No contexto, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência, nº 13.146 de 6 de julho de 1015 estabelece oferta de educação bilíngue, em Libras
como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, nas
escolas, classes bilíngues e escolas inclusivas. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar,
por meio de pesquisa bibliográfica, a problemática do processo ensino-aprendizagem de
discentes surdos no contexto da educação bilingue, pois as dificuldades enfrentadas por
discentes surdos brasileiros em compreender os textos literários e em escrever com coerência e
coesão os fazem estrangeiros em seu país. Os resultados revelam que o surdo tem de aprender
duas línguas: a língua materna e a segunda língua, isto é, a língua da sociedade que ele pertence
e que é, em sua maioria, composta por pessoas ouvintes; na educação bilíngue deve-se
considerar, primeiramente, o desenvolvimento da língua de sinais (L1) nas relações com
usuários desta (preferencialmente surdos) e a partir daí o ensino-aprendizagem da língua
portuguesa escrita, como segunda língua - L2 (LODI, 2005); os surdos têm o canal espaço-
visual, para se comunicarem e nesse caso se refere à qualidade comunicativa do pensamento,
através das mãos (e todo o esquema corporal) que fazem com perfeição o papel do sistema
fonador, só que por meio da linguagem de sinais (GOLDFELD, 2002); para que haja a condição
bilingue do aluno surdo deve-se aceitar que ele transita por essas duas línguas e, mais do que
isso, que ele se constitui e se forma a partir delas (PEIXOTO, 2006); as práticas pedagógicas
devem se emancipar e eliminar “lógicas colonizadoras” afim de deixar fluir o diálogo sobre as
diferenças (FRANCO apud ALMEIDA, 2005). Portanto, as práticas pedagógicas para o ensino
da língua portuguesa para surdos devem ser realizadas por meio de oficinas de Língua
Portuguesa para surdos, como segunda língua, e as atividades de leitura e escrita de sinais com
a representação L1 e L2 devem ser feitas ao mesmo tempo. A eliminação de preconceitos e
estigmas em relação ao potencial humano das pessoas surdas e a construção de atitudes sociais
favoráveis à inclusão delas nas instituições de ensino e no mundo do trabalho, são de
fundamental importância nesse processo.
Palavras-chave: Surdez. Libras. Português. Bilinguismo. Inclusão.