Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 385

Página | 385 “CADA UM DE NÓS É A SUA PRÓPRIA HISTÓRIA REAL E IMAGINÁRIA”: TRAÇOS AUTOBIOGRÁFICOS EM RABO DE FOGUETE, DE FERREIRA GULLAR Caio da Silva Carvalho (UESPI) [email protected] Orientadora: Profa. Dra. Silvana Maria Pantoja dos Santos (UEMA/UESPI) [email protected] RESUMO: Atualmente, é perceptível um aumento na afeição em conhecer a vida do outro, o que faz com que a Autobiografia ganhe espaço maior na contemporaneidade. O interesse em conhecer a intimidade do outro – sem esquecer, todavia, que essa intimidade é passível de macrocosmos coletivos - se amplia quando os discursos sobre a vida tratam de um sujeito conhecido, dotado de um passado axiologicamente cultural, social, político. É nesse sentido que a Autobiografia tem sido um nome ecoado em torno da literatura: por meio dela, amplia-se a possibilidade de ver a vida de autores pelos olhos deles, assim como (re)conhecer seus contextos, dilemas e impactos provocados em e pela sua vida. Assim, nossa proposta se pauta em uma tentativa de análise do romance memorialístico Rabo de foguete (1998), do escritor Ferreira Gullar, cujo enredo se faz quando do exílio do autor maranhense no contexto da ditadura militar, quando liderava o Centro Popular de Cultura em 1964. Através uma metodologia qualitativa e bibliográfica, nossas análises serão baseadas nos estudiosos da autobiografia, como Phellipe Lejeune (2008), Leonor Arfuch (2010) e Mikhail Bakhtin (2003). Que traços autobiográficos Ferreira Gullar revela em sua escrita de si, de modo a firmar um pacto com seu leitor? Em que medida a narrativa exílica é disposta de traços autobiográficos? Que papel os escritos autobiográficos assumem quando pensados a partir de seu contexto histórico e político? Pensaremos em tais questionamentos, reconhecendo que os escritos autobiográficos nos permite enxergar até certo ponto do íntimo do autor, bem como perceber seus desdobramentos coletivos. Palavras-chave: Traços autobiográficos; Experiência de exílio; Rabo de foguete; Ferreira Gullar