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VERDADE E POESIA: UMA INTERPRETAÇÃO DA VERDADE METAFÓRICA A
PARTIR DE RICOEUR NO GUESA DE SOUSÂNDRADE
Carla Karine da Silva Barros
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Prof. Dra. Rita de Cássia Oliveira
Universidade Federal do Maranhão
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RESUMO: Neste trabalho pretendemos apresentar e discutir o pensamento do filósofo francês
Paul Ricoeur (1913-2005) sobre o desenvolvimento da narrativa que atravessa a linguagem
humana, em seu aspecto de linguagem plena, como aponta o autor, isto é, a linguagem das
metáforas e das simbologias. N’A metáfora Viva, o autor apresenta essa figura de linguagem
como alvo de investigação analítica e objeto de interpretação. Vemos o pensador reconhecer e
legitimar a metáfora, partindo de um espaço inovador semântico, como referencial do uso da
linguagem metafórica, que se funda numa estrutura de relação entre poesia e mundo. Ou seja,
compreende-se, com Ricoeur, que a poesia lance no mundo um quê estrutural ontológico, um
espaço ontológico e dialético. Agigantando-se sobre os postulados de Aristóteles, na poética,
vemos Paul Ricoeur expandir o uso da metáfora, apontando para o uso que fazemos dela e da
relação que esta figura tem conosco em nossas ações mais cotidianas – fazemos essa análise em
passagens do poema O Guesa. À luz da metodologia hermenêutica fenomenológica que enxerta
a primeira ciência na segunda, é que se pretende investigar e analisar a verdade metafórica
existente na supracitada obra do poeta maranhense Joaquim de Sousândrade. Assim, portanto
mostramos que a metáfora tem o poder de transportar de um âmbito já constituído de sentido
para outro completamente novo os significados, com um novo espaço referencial e, que essa
dinâmica é possível graças à vastidão de horizontes de sentido que detém essa figura de
linguagem. Para tanto, mostraremos como os significados primários abrem espaço para o
aspecto ontológico, além de apontar como suas características de variabilidade e dinamismo os
tornam não estáveis, isto é, tornam possível a ampliação de horizontes semânticos bem como a
exploração de outros referenciais. O que, por sua vez, torna impossível a solidificação do
significado.
Palavras-chave: Ricoeur; Hermenêutica; Poesia; Guesa.