Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 298

Página | 298 VERDADE E POESIA: UMA INTERPRETAÇÃO DA VERDADE METAFÓRICA A PARTIR DE RICOEUR NO GUESA DE SOUSÂNDRADE Carla Karine da Silva Barros [email protected] Prof. Dra. Rita de Cássia Oliveira Universidade Federal do Maranhão [email protected] RESUMO: Neste trabalho pretendemos apresentar e discutir o pensamento do filósofo francês Paul Ricoeur (1913-2005) sobre o desenvolvimento da narrativa que atravessa a linguagem humana, em seu aspecto de linguagem plena, como aponta o autor, isto é, a linguagem das metáforas e das simbologias. N’A metáfora Viva, o autor apresenta essa figura de linguagem como alvo de investigação analítica e objeto de interpretação. Vemos o pensador reconhecer e legitimar a metáfora, partindo de um espaço inovador semântico, como referencial do uso da linguagem metafórica, que se funda numa estrutura de relação entre poesia e mundo. Ou seja, compreende-se, com Ricoeur, que a poesia lance no mundo um quê estrutural ontológico, um espaço ontológico e dialético. Agigantando-se sobre os postulados de Aristóteles, na poética, vemos Paul Ricoeur expandir o uso da metáfora, apontando para o uso que fazemos dela e da relação que esta figura tem conosco em nossas ações mais cotidianas – fazemos essa análise em passagens do poema O Guesa. À luz da metodologia hermenêutica fenomenológica que enxerta a primeira ciência na segunda, é que se pretende investigar e analisar a verdade metafórica existente na supracitada obra do poeta maranhense Joaquim de Sousândrade. Assim, portanto mostramos que a metáfora tem o poder de transportar de um âmbito já constituído de sentido para outro completamente novo os significados, com um novo espaço referencial e, que essa dinâmica é possível graças à vastidão de horizontes de sentido que detém essa figura de linguagem. Para tanto, mostraremos como os significados primários abrem espaço para o aspecto ontológico, além de apontar como suas características de variabilidade e dinamismo os tornam não estáveis, isto é, tornam possível a ampliação de horizontes semânticos bem como a exploração de outros referenciais. O que, por sua vez, torna impossível a solidificação do significado. Palavras-chave: Ricoeur; Hermenêutica; Poesia; Guesa.