Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 266

Página | 266 MULHERES PROFESSORAS: ENFRENTANDO RACISMO E SEXISMO NO MAGISTÉRIO SUPERIOR? Ana Carla de Melo Almeida [email protected] Raimunda Nonata da Silva Machado [email protected] Universidade Federal do Maranhão (UFMA)/Agência de fomento: FAPEMA RESUMO: A participação feminina no mercado de trabalho ainda continua marcada por profundas desigualdades sociais, que tem como fundamento a estrutura organizacional do Estado notadamente influenciada por visões sexistas e racistas. Essa reflexão têm apoio nos estudos que analisam a trajetória de professoras negras nas universidades como: Silva (2007), Crisostomo (2014), Santos (2015), Quadros (2015), Oliveira (2006), Machado (2013). No que diz respeito às questões de gênero tivemos apoio em Scott (1995), Safiotti (2004), Louro (2014) e Oyěwùmí (2004) e sobre as questões raciais, especificamente, no espaço acadêmico temos: Munanga (2006), Carvalho (2005) e Coelho (2003), Machado (2013), Cunha Jr. (2005, 2013), Boakari (2010, 2015), Lélia Gonzalez (1984), Sueli Carneiro (2003), Angela Davis (2015), bell hooks (1995, 2013), Patrícia Hill Collins (1997, 2000). Aponta o modo pelo qual as desigualdades raciais e de gênero permanecem como um dos grandes problemas a serem combatidos no mundo do trabalho, sendo relevante a análise e discussão bibliográfica e documental da inserção histórica da mulher no mercado de trabalho, considerando: a) a questão da divisão sexual do trabalho que engloba as desigualdades de gênero e racial no uso do tempo para dedicação à profissão, aos cuidados com a família, a imposição de uma dupla jornada de trabalho; b) o fato de que a luta das mulheres por acesso e participação no mercado de trabalho também está associada as suas trajetórias sociocultural e educacional, embora o processo de escolarização não se constitua, geralmente, como fator preponderante nas conquistas e sucessos de sua inserção na ordem produtiva; c) a análise de indicadores sociais ao apontar que, apesar das mulheres possuírem maior grau de escolarização que os homens, sobretudo, em cursos de graduação, isto não se reflete, necessariamente, no mercado de trabalho. A compreensão deste fenômeno tem relação com a divisão sexual do trabalho, pois ainda que as mulheres alcancem níveis educacionais mais elevados que os homens, elas permanecem como as principais responsáveis pelas tarefas domésticas e o cuidado das crianças (BARRETO, 2014). Também, a indicação de que existe segregação espacial combinada à segregação étnico-racial e de gênero no Brasil possibilita uma futura discussão sobre a possibilidade de existir territórios e/ou lugares femininos negros na sociedade, seja em limites demarcados, seja simbolicamente instituídos a partir de seus lugares de vivência e ligação com os demais atores/atrizes sociais, evidenciando as dificuldades de feminização do magistério superior. Diferentemente da educação básica, as mulheres, sobretudo as afrodescendentes (pretas e pardas), são minoria no trabalho docente da educação superior. Palavras-chave: Relações de gênero; Raça; Mercado de Trabalho; Mulheres Professoras.