Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 254
Página | 254
LEITORES E PRÓLOGOS, “PROVOCAÇÕES”: INDUSTRIAS Y ANDANZAS DE
ALFANHUÍ, DE RAFAEL SANCHEZ FERLOSIO – DOIS PARATEXTOS
Paulo Henrique Carvalho dos Santos
[email protected]
Orientador: Doutor Edimilson Moreira Rodrigues
Universidade Federal do Maranhão- UFMA
[email protected]
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar os efeitos da estética da recepção em dois
prólogos que antecedem duas edições do escritor espanhol Rafael Sánchez Ferlosio, Industrias
y Andanzas de Alfanhuí (1951), escritos por dois leitores críticos em épocas diversas: Algustín
Cerezales (1951), Juan Beneti Goitia (1970). A corrente crítica literária surge no horizonte da
década de 60, associada principalmente a Hans Robert Jauss, recepcionada no Brasil por Regina
Zilberman (1989), que acentua um processo dinâmico e dialético entre o leitor e a obra
mediatizada pelo autor. Nessa perspectiva dialógica, propõe-se que o valor estético e histórico
da obra se reconfigura a cada novo encontro com diferentes leitores que demandam de
diferentes épocas, isso porque ela, a obra de arte literária “não é um objeto que exista por si só,
oferecendo a cada observador, em cada época um mesmo aspecto. Não se trata de um
monumento a revelar monologicamente seu Ser atemporal. Ela é, antes, como uma partitura
voltada para a ressonância sempre renovada da leitura, libertando o texto da matéria das
palavras e conferindo-lhe existência atual” (JAUSS, 1994, p.25). Tasende nos explica que o
leitor empírico é “ente real, receptor externo de la obra literaria escrita. Mientras que esta, con
todo lo que dentro contiene, es inmutable, el lector es ser de carne y hueso, variable y caduco.
Igual que el teatro no puede existir en penitud sin representación y espectadores, la novela y la
poesía nada son sin el lector, que da vida a la obra y la convierte en literatura, pues el lector
está integrado, como receptor, al final del proceso del acto de coumicación que la obra literaria
supone. Cada lector es distinto y su lectura diferente a la de cualquer otro, ya que depende de
los condicionamientos proprios de su época, su cultura, su competencia, su situación, sus
experiencias e incluso su estado de ánimo. Estas circunstancias, total o parcialmente, pueden
variar a lo largo de la existencia de un lector, por lo que la lectura de una obra es diferente en
más o menos matices aunque quien la realice sea el mismo individuo. Todas las obras presentan
un campo abierto a la imaginación del lector, a su capacidad comprensiva e interpretativa.”
(TASENDE 2000, p. 421) Gérard Genett (2009, p.09) conceitua os elementos paratextuais
como um “meio do qual um texto se torna livro e se propõe como tal a seus leitores”, um tipo
de ‘vestíbulo’ que direciona tanto à uma melhor acolhida (recepção) quanto a uma leitura mais
pertinente. Assumem, portanto, a função de apresentá-lo e tornar possível sua presença no
mundo.
Palavras-chave: Leitores; Estética da Recepção; Prólogos; Industrias y Andazas de Alfanhuí.