Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 241
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ESTUDOS AFRODECOLONIAIS E SUAS REFLEXÕES SOBRE GÊNERO E RAÇA:
O PROJETO MAFROEDUC
Simone Cristina Silva Simões
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Raimunda Nonata da Silva Machado
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Orientadora: Raimunda Nonata da Silva Machado
Universidade Federal do Maranhão (UFMA)/Agência de fomento: FAPEMA
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RESUMO: Nos estudos de perspectivas feministas, tem-se direcionado o holofote à produção
crítica das dimensões de poder, cujo sistema enfatiza a dominação via aspectos sexológicos
presentes nas relações socioculturais, logo, na construção da consciência (ESTEBAN 2010).
Em linhas gerais, evidenciam denúncias quanto a falta de liberdade das mulheres em se
expressarem sem que sejam subjugadas na esfera da opressão masculina dominante. Esse
arcabouço teórico centrado nas diferenças sexuais tem sido questionado, a partir de perspectiva
que valorizam as experiências “nativas” ou princípios do pan-africanismo, desenvolvendo
diferentes conceitos analíticos como: amefricanidade (GONZALEZ, 1998), feminismo negro
(CARNEIRO, 2001; RIBEIRO, 2018), mulherismo africana (WEEMS, 2012), dentre outros.
Esse novo modo de pensar as relações de gênero, compreende o racismo como eixo estruturador
das relações sociais. São os estudos afrocêntricos e decoloniais ancorados no território da teoria
Pós-Crítica que vem sendo utilizado na análise das experiências de mulheres afrodescendentes,
reinventando metodologias de investigação que se afastam da padronização existente em
perspectivas que tentam replicar a mesma metodologia para diferentes objetos de estudo. É a
partir da análise do Projeto de Pesquisa: Mulheres Afrodescendentes no Magistério Superior:
vozes epistêmicas (MafroEduc), criado em 2017, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em
Educação (PPGE) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), que discutimos as
possibilidades de construção teórica e metodológica dos estudos afrodecoloniais a partir dos
princípios da afrocentricidade (Asante, 2009; 2016) e Decolonialidade Grosfoguel (2010;
2016). O estudo tem centralidade nas epistemologias de mulheres afrodescedentes professoras
universitárias e tem como resultado a produção de práticas e reflexões educativas em redes
interculturais, mediante a crítica aos saberes hegemônicos, alicerçando novos olhares na ótica
das mulheres afrodescendentes. São desenvolvidos estudos que fazem arqueologia das
memórias de gênero, raça, sexualidade ampliando as produções para, de e com mulheres negras,
possibilitando a criação de novas e possíveis linguagens metodológicas de discurso crítico-
reflexivo e contra-hegemônico que priorizam os estudos latinos, africanos, femininos e, de
modo interdisciplinar articulam áreas como a Música, Direito, Pedagogia e Tecnologias.
Palavras-chave: Estudos Afrodecoloniais; MafroEduc; Produção do Conhecimento;
Movimento contra-hegemônico.