Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 206

Página | 206 A METÁFORA DA TECELAGEM E A LÍRICA DE ORIDES FONTELA Juliana Santos Pacheco E-mail: [email protected] Orientador: Prof. Dr. Rafael Campos Quevedo UFMA/Fapema [email protected] RESUMO: Esta comunicação é o resultado de discussões realizadas no Grupo de Estudos e Pesquisa em Lírica Contemporânea de Língua Portuguesa (certificado pelo CNPQ e concebida no departamento de Letras da UFMA) que se propõe a identificar estratégias de “diálogos” entre a poesia contemporânea e poesia da Antiguidade. Na Antiguidade clássica, a poesia era legitimada através da imitação de autores e modelos clássicos. Assim sendo, há formas poéticas pré-fixadas que foram revisitadas e modificados por poetas de distintos períodos literários, mas que na sua essência permanecem iguais. Posteriormente, esses esquemas foram investigados pelo filólogo Ernst Robert Curtius e denominados topos, a saber, lugar-comum. Um dos topos da Antiguidade era a inspiração poética, segundo a qual a criação poética estava relacionada à intervenção das divindades conhecidas como Musas. No entanto, essa não foi a única explicação de criação poética que vigorou na época. Os poetas artesãos, sobretudo Píndaro e Baquílides entendiam a criação artística como um trabalho consciente, ou seja, um trabalho lúcido feito a partir da técnica. Tal concepção foi reiterada por Horácio na famosa Carta aos Pisões e por Aristóteles na Poética. Diante disso, o objetivo do trabalho é discutir a criação poética relacionada com a metáfora da tecelagem, em oposição à inspiração poética, bem como propor uma leitura de alguns poemas da poeta Orides Fontela, estabelecendo cotejos com a metáfora da tecelagem. O corpus desta pesquisa está compreendido respectivamente nos livros Transposição (1966-1967) e Teia (1996) da referida poeta. A pesquisa possui caráter bibliográfico e utilizou-se como referencial teórico as obras: Análise e interpretação da obra literária (1963) de Wolfgang Kayser- a fim de conceituar o topos em questão-, O espelho e a lâmpada (2010) de M.H. Abrams, Da inutilidade da poesia (2002) de Antonio Brasileiro, assim como a obra O ofício de Zeus: o mito da tecelagem e do tecido no mundo grego-romano (2010) de John Scheid e Jesper Svenbro. Palavras-chave: Topos. Inspiração poética. Metáfora da tecelagem. Orides Fontela.