Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 193
Página | 193
A AFIRMAÇÃO DA VIDA SOB A ÓPTICA DE “O NASCIMENTO DA TRAGÉDIA”
DE FRIEDRICH NIETZSCHE
Lindeilson de Jesus Martins
[email protected]
Orientador: Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas
Universidade Federal do Maranhão – Campus V
[email protected]
RESUMO: Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu no vilarejo de Roecken, na Alemanha em 15
de outubro de 1844. Formou-se pela Universidade de Leipzig e foi professor de filologia
clássica durante 11 anos na Universidade da Basiléia, Suíça, onde aposentou-se por apresentar
crises de saúde constantes. Em 1889, entrou em estado de demência, quando morreu de uma
infecção pulmonar em 25 de agosto de 1900. O livro “O Nascimento da Tragédia ou Helenismo
e Pessimismo”, foi sua primeira obra filosófica, escrita em 1871 e publicada no ano seguinte,
1872. Na ocasião em que foi escrita acontecia à guerra Franco-Prussiana, um conflito armado
entre Alemanha e França. Serviu o exército alemão, prestando ofício como enfermeiro, mas por
pouco tempo, tinha sido diagnosticado com difteria e disenteria. Tornou-se um homem doente
e debilitado. A partir de então, passou a dedicar-se a escrita. Tendo em vista “O Nascimento da
Tragédia”, que foi mal acolhido pela crítica, por ser um livro polêmico e fora de época, pois
conciliava filologia e filosofia. Receoso de sua publicação e, do motim que causaria, escreve a
Rohde para saber sua opinião – amigo dos tempos que estudava em Leipzig –, segundo registro
de Roberto Machado (2005, p. 17), em carta diz: “temo que os filólogos, por causa da música,
os músicos, por causa da filologia, os filósofos por causa da música e da filologia se recusem a
ler o livro...”, não obstante, com toda atmosfera no ar que a polêmica gerou, a obra foi além do
senso comum e, com impressões schopenhauerianas, tornou-se um de seus livros mais
importantes, precisando recorrer sempre a este, para compreender como ocorre a evolução de
seu pensamento. Na obra, o filósofo é totalmente crítico a história da filosofia, aplica suas duras
críticas ao socratismo-estético, que condenou a história da filosofia ao racionalismo. Portanto,
ao posicionar-se, em contraste, contempla a concepção dos gregos como pura e capaz de
renascer na cultura moderna: por isso à necessidade de recorrer a Apolo e Dionísio para explicar
a tragédia grega. Mas, como é possível alcançar o renascimento da tragédia grega? Ciente desta
questão, assume a reflexão sobre Richard Wagner e o espírito da música como fonte inesgotável
de renovação da cultura moderna alemã e, justifica, portanto, como única forma representável
de vida: a dos gregos, para ele, a melhor forma de vida. Com nova roupagem, a partir de 1879,
abandona suas antigas ideias, passa então a ignorar o amigo Richard Wagner e a filosofia de
Schopenhauer, de laços cortados, produz a obra que dar inicial a crítica aos valores: Em
“Humano Demasiado Humano”, considera que o homem é que dar valor as coisas. E, em 1888
escreve “Ecce Homo”, que reflete à luz da tradução de sua filosofia: a repugnarão diante do
racionalismo e nacionalismo alemão. Deste modo, diante da presente evolução de pensamento,
seria impossível falar do filósofo sem fazer menção a “Assim Falava Zaratustra”, uma vez
que, é considerada sua obra-prima, escrita no auge de sua filosofia. Nela, os vários estudiosos
procuram interpretar as falas do personagem Zaratustra e, toda a sua criticidade. Embora,
“Assim Falava Zaratustra” seja sua obra madura, não se pode descartar a importância de “O
Nascimento da Tragédia” que é, por sua vez, a transição da afirmação de uma concepção
“estética” para uma concepção “moral”. É, portanto, nesta obra estética – influenciado pelo
pessimismo schopenhaueriano na época –, que vai identificar a origem da tragédia através da
relação antagônica entre Apolo e Dionísio. O objetivo do presente trabalho consiste em elucidar
o conceito dionisíaco que está fortemente ligado a “O Nascimento da Tragédia” de Friedrich
Nietzsche, uma vez que, este conceito expande-se as obras posteriores, sofrendo