Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 188
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“AS FLORES DE NOVIDADE”: FIGURAÇÕES DA EXILIÊNCIA EM MIA COUTO
Camila Cantanhede Vieira
Mestranda em Letras pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Maranhão
(PGLetras-UFMA)
[email protected]
Márcia Manir Miguel Feitosa
Profa. Titular do Departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão
Docente Permanente do PGLetras-UFMA e do PGCult-UFMA
[email protected]
RESUMO: A convergência da Geografia com a Literatura possibilita o vislumbre de uma nova
perspectiva de compreensão do espaço como elemento fundamental das narrativas literárias,
nas quais é expressa a própria essência geográfica do ser-no-mundo (DARDEL, 2011). Para
Marandola Jr (2010, p.07), “o drama humano, a história de uma cidade, os detalhes de um
conflito não se limitam à trama de significados e sentidos que estão encetados em si próprio.
Sua força reside no que aquelas narrativas específicas carregam no sentido universal de seus
temas, conflitos e entendimentos”. Desse modo, o presente estudo tem como objetivo principal
a análise do conto “As flores de Novidade”, do escritor Mia Couto, e que está contido no livro
Estórias Abensonhadas (1994), de modo a observar o fenômeno da exiliência na forma como
este é vivido, ou seja, a partir do modo como aparece na experiência. “As flores de Novidade”
é um conto que trata do impacto da guerra na vida de pequenas comunidades, tanto pelo terror
e mortes que acarreta quanto pela imposição do deslocamento. Em menor escala, este conto é
sobre a desintegração da família, e em maior, da sociedade, este espaço periférico em crise. Na
escrita de Mia Couto é possível verificar a articulação dos diversos modos com os quais as
personagens se relacionam e percebem o espaço. Além de articular categorias da Geografia
Humanista Cultural e de seus principais autores, como Eric Dardel e Marandola Jr., é intenção
desse trabalho pensar o modo como este fenômeno da exiliência aparece na experiência das
personagens do texto literário a partir de autores como Nouss (2016), Ilie (1980), Volpe (2005)
e Said (2003).
Palavras-chave: Espaço; Lugar; Exiliência; Mia Couto.