Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 114

Página | 114 FOTOGRAFIA, MEMÓRIA E DOCUMENTO: AS IMAGENS COMO REPRESENTAÇÃO PRESENTIFICADA Walter Rodrigues Marques [email protected] UFMA/UEMA/IFMA Orientador: Diego Jorge Lobato Ferreira [email protected] IFMA Maria de Jesus dos Santos Diniz [email protected] UFMA RESUMO: A investigação aborda a fotografia como memória a partir dos álbuns de família de forma estendida (físico e digital). As fotografias são documentos guardados como memórias particulares, mas também social. A pesquisa buscará entrelaçar a Arte (fotografia como linguagem), mídia (a evolução da fotografia do suporte físico para o digital), memória e documento (relação da fotografia com a sociedade), alinhavar os eixos com a educação por meio da proposição de projeto com estudantes, convidando-os a vivenciarem os diferentes momentos da fotografia nos seus lugares de pertencimento sociocultural. A ideia é que os estudantes criem narrativas autobiográficas para se reconhecerem socio culturalmente. A abordagem está teoricamente sustentada em narrativas autobiográficas, antropologia visual, história de vida. Jacques Le Goff (1996) em Documento/Monumento – Os materiais da memória coletiva e da história, ampara esta pesquisa no sentido em que se busca aqui aprofundar-se na memória coletiva de um sujeito. Alberti (1991) diz que o sujeito ao construir sua autobiografia, se coloca na narrativa se atualizando como sujeito moderno, recriando espaços, mas também criando. A partir de Alberti (1991), é possível inferir que a construção da memória autobiográfica está na reconstrução do passado que é uma criação ficcional da realidade. Portanto, a construção de autobiografia, busca reconstruir o passado, rememorando- o e recriando os espaços que se apresentam à memória do narrador. O caminho metodológico da narrativa será a partir de fotografias da família e por relatos orais, ora ancorando-se em lembranças dos mais velhos, ora buscando amparo no que o próprio narrador lembra e/ou presenciou. O narrador sente-se autorizado a falar em primeira pessoa amparado no “cinema verdade” de Jean Rouch, onde o protagonista elabora sua narrativa a partir de sua realidade e/ou imaginação, criando o documentário ficcionado, a exemplo do filme “Eu, um negro” de 1957. A pesquisa se baseia em duas experiências autobiográficas já realizadas. A primeira no curso de Ciências Sociais na Universidade Federal do Maranhão, na disciplina Antropologia Visual e a segunda no curso de Especialização Arte, Mídia e Educação no Instituto Federal do Maranhão - Centro Histórico, na disciplina Imagem, Memória e Educação. A questão que se propõe objetivamente para discussão é sobre que autoridade o narrador tem na construção da autobiografia, uma vez que o relato é baseado em sua memória e uma vez pronunciado, torna- se documento? Ou a noção de verdade é que menos deve importar quando se trata de memória? Espera-se que a temática possa contribuir para o tema das narrativas autobiográficas assim como para a construção de memórias. Palavras-chave: Fotografia, Memória/Documento, Autobiografia, Narrativa.