Boletim Astronomico KAPPA CRUCIS No. 1 Primavera 2017
três principais dimensões: física, cognitiva e
afetivosocial. A dimensão física, que trabalha as
habilidades motoras e capacidades físicas, tem
como principal produto o movimento humano. As
crianças na escola estão em constante movimento,
portanto, são corpos humanos se movimentando.
E a Terra? A Terra também está em constante
movimento, seja de rotação em torno do seu
próprio eixo, ou de translação, em torno do Sol. E
a Lua? A Lua também. Assim como os planetas do
sistema solar, a nossa galáxia e as galáxias
vizinhas. Enfim, um número colossal de corpos
celestes em constantes movimento e expansão.
Diante disso, podemos concluir que os corpos dos
alunos na aula de Educação Física estão se
movimentando assim como os corpos celestes no
espaço sideral. Podemos construir um círculo de
habilidades motoras baseado na movimentação
dos planetas, com trajetórias e velocidades
variadas. Um jogo coletivo, em que o gol é um
buraco negro e as bolas, corpos celestes atraídos
por ele. Enfim, são inúmeras possibilidades de se
combinar estas duas áreas, se considerarmos o
movimento como principal agente de ligação entre
elas.
Entretanto, a realidade escolar não se mostra
favorável ao entendimento da interdisciplinaridade.
A Educação Física foi, é e sempre será vista como
momento de recreação ou de “dar a bola”. Ainda é
muita tímida a tentativa de estreitar laços com
outras áreas e componentes curriculares. Este fato
devese também a estranheza dos alunos em
perceber esta proposta. Por mais distante que
possa parecer esta relação, entre Educação Física
e Astronomia, ela existe e pode ser aplicada aos
nossos alunos.
O c u l a r e c é u
Eclipse Anular de 26/02/2017
Por Fábio Pires
No dia 26 de fevereiro de 2017 o Brasil recebeu
parte da sombra do eclipse anular do Sol, o qual foi
melhor observado em parte da Argentina e Chile.
Eclipses anulares acontecem quando a lua,
mesmo passando bem na frente do Sol não cobre
todo disco solar por estar com o diâmetro aparente
menor que ele, devido estar mais afastado
(próximo ao apogeu) da terra nesse momento,
exibindo um fino anel entre os discos lunar e solar,
como visto dia 26 em algumas regiões do sul da
Argentina e do Chile.
Apesar das nuvens, nós, do Observatório Edmond
Halley, conseguimos observar e registrar o
fenômeno que em nossa região de Campinas
atingiu um máximo de 38% do disco solar
eclipsado as 11:30.
Pouco antes do início, às 10h00, montamos
telescópios e instrumentos para registrar o evento,
logo em seguida chegaram vários amigos para
observar.
Apesar da previsão de tempo encoberto,
conseguimos observar e fotografar o eclipse entre
vários buracos de nuvens, podendo assim registar
o começo, o meio e o fim desse belo eclipse. Nas
fotos além da silhueta da lua, também era visível
uma mancha solar, regiões menos quentes da
superfície solar, devido à um distúrbio transitório
magnético, que apesar de sua aparência pequena
se comparada ao tamanho do sol, era bem maior
que nosso planeta.
Terminado o Eclipse às 13h00, recolhemos os
instrumentos e em menos de 20 minutos começou
a chover...
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