Luz teriam dado frutos? O veteri-
nário confirmou! Tinha voltado da
minha aventura noturna com a bar-
riguinha cheia com 7 bebés. E agora
que fazer?
Como não havia nada a fazer nem
me preocupei. Eles haviam de aceitar
e dar uma solução ao problema. Os
meus bebés cresciam e eu também.
Nasceram o Aço, o Mosquetão, o
Slide, o Zicral, o Sisal, a Corde-
leta, e a Roldana . Os meus filhos
eram lindos, embora não tenha en-
muito engraçadas e coloridas para eu
não roer os fiozinhos pretos da bar-
riga. Os tios Carla e António vieram
buscar-me à noites para eu não ficar
sozinha, e os mimos, festinhas, petis-
cos e atenções fizeram esquecer-me as
dores e as comichões. Senti-me uma
sortuda. Passava a noite com os tios
amorosos e o dia na AZIMUTE, na
sala do Backoffice, deitada numa ca-
minha nova, tapada com mantinhas
quentinhas e bem cheirosas, sempre
acompanhada e sempre com as tige-
linhas da água e do comer cheias de
comida adequada à minha espécie.
então que a tia Filipa e o Tio Pauli-
nho me vieram buscar para passar
umas noites com eles. A tia Filipa não
me queria deixar dormir na cama,
mas com os meus olhinhos consegui
convencer o tio Paulo e dormi numa
caminha acompanhada.
Agora que o tempo vai melhorar,
e até porque eu de vez em quando
tenho uns repentes de rebeldia e es-
capo-me, resolveram criar no espaço
exterior da sede, um espaço só para
mim. Uma casota como deve ser, co-
berta com telhas especiais que prote-
gem do frio e do calor, uma base de
madeira para não entrar o frio na mi-
nha caminha… enfim, tudo o que eu
e qualquer cão aspira e merece.
Ainda não estou muito habituada
àquele espaço. Eu gosto mesmo é de
estar na sala com o aquecedor liga-
do, rebolar-me na cama enrolada nas
mantas, e só vou à rua quando me
obrigam, ou quando as necessidades
chamam por mim.
Continuo com bom feitio, sou um
doce – é o que toda a gente diz – e
acho que finalmente encontrei um es-
paço para a vida, e duas famílias que
nunca me vão desiludir, a AZIMU-
Houve
uns
dias
em
que
os
tios
Carla
TE e os Tios.
tendido muito bem os nomes que
lhes deram. Ouvi eles a explicaram e António não podiam estar comigo,
que já que me chamava ESCALA- e os tios da AZR foram passear, eu
DA, os meus filhos deveriam ter não podia ficar na sede sozinha. Foi
nomes ligados a essa atividade. Eles
cresciam bem, e os amigos da AZR
começaram à procura de famílias que
pudessem ficar com os meus bebés
para sempre. Conseguiram encontrar
boas famílias para todos e eu, apesar
de triste por eles não ficarem comigo,
tive de compreender.
Quando recuperei do parto e de
amamentar, levaram-me novamente
ao veterinário. Puseram-me a dormir
e fizeram qualquer coisa na minha
barriga. Fiquei bem. Disseram-me
que não podia ter mais bebés. Fiquei
triste, mas vestiram-me uma capas
Boletim Semestral - 31 de MARÇO de 2017
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