BlueAuto#2 Blueauto_02_julho-agosto2017 | Page 35

C 350e N os últimos anos, a Mercedes conse- guiu estabelecer uma presença cons- tante no mercado de combustíveis al- ternativos, com automóveis movidos a gás natural, versões 100 por cento elétricas e as mais comuns variantes híbridas. Aliás, a marca alemã conseguiu criar uma gama bas- tante completa deste tipo de automóveis des- de o Classe C ao Classe S, incluindo também vários dos seus SUV e “crossovers”. No Classe C, a versão C 350e é talvez uma das mais interessantes da gama, combinando uma tradicional motorização de quatro cilindros com um motor elétrico que deixa este automó- vel com a capacidade de fazer algumas viagens mais curtas exclusivamente com a força deste último, poupando bastante combustível. Mas o C 350e não é apenas um mero exercício eco- lógico, já que o motor elétrico acaba por ser o “ingrediente” necessário para o tornar um dos blueauto Classe C mais interessantes de conduzir, com exceção das versões AMG. As atuais designações numéricas da Mercedes podem parecer não fazer muito sentido... Afi- nal, o C 350e não tem um motor de V6, como era normal há alguns anos. Mas a verdade é que a potência combinada do sistema, de 279 cv, é semelhante ao que se podia esperar de um veículo com esta cilindrada, só que agora basta um mais compacto motor de quatro ci- lindros e dois litros, reforçado por um turbo- compressor, que lhe permite debitar 211 cv. Este é combinado com um motor elétrico que absorve energia da força da travagem e de um pequeno conjunto de baterias, que acrescen- tam mais 60 kW a todo o sistema. É este que faz com que o C 350e consiga man- ter consumos bastante baixos. Aliás, depen- dendo do tamanho da viagem, é possível pas- sar vários dias sem ser necessário gastar nem um litro de gasolina no depósito de combustí- vel, já que o motor elétrico consegue fazer com que o Classe C atravesse uma distância de 31 km, podendo ainda atingir uma velocidade máxima de 120 km/h sem motor de combus- tão. Depois, se se tiver uma “wallbox” ou uma simples tomada elétrica, necessita apenas de duas horas para recarregar as baterias, e vol- tar a fazer mais uma “piscina”. Assumindo que é preciso ligar o motor de vez em quando, os consumos médios anunciados ficam na casa dos dois litros baixos, um valor bastante infe- rior ao que conseguem os Diesel da gama, o que compensa o preço acima da faixa dos 50 mil euros, um valor mais fácil de recuperar na carteira. E o modo selecionável de condução Eco Assist ajuda o condutor a manter os con- sumos sob controlo. Mas esta é só a componente “racional” do car- ro (ou carrinha, no caso do veículo aqui testa- do), e um Mercedes que custa mais de 50 mil euros também precisa de uma parte emocio- nal... E neste caso, a combinação da gasoli- 35