necessitam de tornar-se tão práticos como es-
tes, mesmo numa marca onde a exclusividade,
a personalização e o estatuto são importan-
tes. Neste caso, a Mercedes parece ter acerta-
do. O protótipo “Generation EQ” tem uma po-
tência total de 300 kW, o equivalente a 408 cv,
e mesmo assim deverá ter uma autonomia de
500 km. No automóvel elétrico do futuro, não
vai poder haver escolha entre potência e auto-
nomia, ambas vão ser obrigatórias.
O automóvel elétrico do futuro também vai ter
que ser recarregado rapidamente. Um carro
com motor a gasolina ou diesel pode ser re-
abastecido em menos de cinco minutos, en-
quanto um elétrico necessita de horas para
acumular a energia necessária para ser utiliza-
do durante dois ou três dias em tráfego urba-
no. O objetivo da Mercedes é reduzir o tempo
de recarga para cinco minutos, acumulando
energia suficiente para trabalhar durante 100
km, o que deverá ser suficiente para ir e vir
do trabalho todos os dias. Este sistema está
a ser desenvolvido pela Accumotive, incluindo
equipamento capaz de transferir quantidades
elevadas de energia, na forma de uma wallbox
caseira, e baterias com corrente de 48 V.
Os Mercedes EQ também necessitam de ser
produzidos em série, e para isso precisam de
ser integrados nas linhas de produção nor-
mais da Mercedes. As primeiras três fábricas
da marca a garantirem a sua participação no
lançamento da gama EQ são as unidades de
Bremen, Sindelfingen e Rastatt. Esta última é
a adição mais recente, e vai estar encarregada
de produzir o compacto EQ C. Sindelfingen vai
produzir um modelo semelhante ao Classe S.
Condução inteligente
Mesmo que o automóvel do futuro possa cir-
cular sozinho na estrada sem um condutor
para lhe dizer quando curvar, quando parar ou
quando acelerar, o seu proprietário vai querer
sentir-se no comando das operações. Para
isso, a Mercedes propõe um painel de instru-
mentos de grandes dimensões, com um ecrã
flutuante, enquanto os comandos são ativa-
dos por toque, com um visual eletrónico ins-
pirado no design exterior, ao mesmo tempo
que se distancia da arrumação tradicional dos
comandos num automóvel atual.
Este inclui um ecrã de alta definição de 24 po-
legadas, botões iluminados no volante com co-
mandos específicos, ou elementos sensíveis ao
toque para operações tão simples como a aber-
blueauto
tura de portas, e ecrãs nos encostos de cabeça,
virados para os bancos traseiros. O sistema de
navegação baseia-se num mapa tridimensio-
nal, que pode ser personalizado de acordo com
as necessidades da vida diária do condutor.
Basicamente, se o dono do carro não precisar
de conduzir, vai querer ter uma forma mais in-
tuitiva de selecionar elementos como a tempe-
ratura e intensidade do ar condicionado, a lista
de músicas no sistema de entretenimento, ou
qualquer outra coisa necessária para garantir
que o interior do Mercedes EQ está confortá-
vel para os seus ocupantes. Até a iluminação
interna adapta-se ao estado de espírito do
condutor. E o novo formato de distribuição dos
comandos liberta mais espaço no interior para
ser utilizado pelos ocupantes.
O Mercedes EQ também vai poder “conversar”
com outros equipamentos eletrónicos como
sinais de trânsito e até com outros automó-
veis. Isto vai permitir maximizar o uso da ba-
teria, já que o automóvel pode decidir sozinho
escolher uma rota onde consome menos ener-
gia. O futuro (elétrico) da marca de Estugarda
promete tornar a vida dos automobilistas mui-
to mais fácil, e esse futuro vai chegar bem mais
cedo do que estávamos à espera... n
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