BlueAuto#2 Blueauto_02_julho-agosto2017 | Page 23

necessitam de tornar-se tão práticos como es- tes, mesmo numa marca onde a exclusividade, a personalização e o estatuto são importan- tes. Neste caso, a Mercedes parece ter acerta- do. O protótipo “Generation EQ” tem uma po- tência total de 300 kW, o equivalente a 408 cv, e mesmo assim deverá ter uma autonomia de 500 km. No automóvel elétrico do futuro, não vai poder haver escolha entre potência e auto- nomia, ambas vão ser obrigatórias. O automóvel elétrico do futuro também vai ter que ser recarregado rapidamente. Um carro com motor a gasolina ou diesel pode ser re- abastecido em menos de cinco minutos, en- quanto um elétrico necessita de horas para acumular a energia necessária para ser utiliza- do durante dois ou três dias em tráfego urba- no. O objetivo da Mercedes é reduzir o tempo de recarga para cinco minutos, acumulando energia suficiente para trabalhar durante 100 km, o que deverá ser suficiente para ir e vir do trabalho todos os dias. Este sistema está a ser desenvolvido pela Accumotive, incluindo equipamento capaz de transferir quantidades elevadas de energia, na forma de uma wallbox caseira, e baterias com corrente de 48 V. Os Mercedes EQ também necessitam de ser produzidos em série, e para isso precisam de ser integrados nas linhas de produção nor- mais da Mercedes. As primeiras três fábricas da marca a garantirem a sua participação no lançamento da gama EQ são as unidades de Bremen, Sindelfingen e Rastatt. Esta última é a adição mais recente, e vai estar encarregada de produzir o compacto EQ C. Sindelfingen vai produzir um modelo semelhante ao Classe S. Condução inteligente Mesmo que o automóvel do futuro possa cir- cular sozinho na estrada sem um condutor para lhe dizer quando curvar, quando parar ou quando acelerar, o seu proprietário vai querer sentir-se no comando das operações. Para isso, a Mercedes propõe um painel de instru- mentos de grandes dimensões, com um ecrã flutuante, enquanto os comandos são ativa- dos por toque, com um visual eletrónico ins- pirado no design exterior, ao mesmo tempo que se distancia da arrumação tradicional dos comandos num automóvel atual. Este inclui um ecrã de alta definição de 24 po- legadas, botões iluminados no volante com co- mandos específicos, ou elementos sensíveis ao toque para operações tão simples como a aber- blueauto tura de portas, e ecrãs nos encostos de cabeça, virados para os bancos traseiros. O sistema de navegação baseia-se num mapa tridimensio- nal, que pode ser personalizado de acordo com as necessidades da vida diária do condutor. Basicamente, se o dono do carro não precisar de conduzir, vai querer ter uma forma mais in- tuitiva de selecionar elementos como a tempe- ratura e intensidade do ar condicionado, a lista de músicas no sistema de entretenimento, ou qualquer outra coisa necessária para garantir que o interior do Mercedes EQ está confortá- vel para os seus ocupantes. Até a iluminação interna adapta-se ao estado de espírito do condutor. E o novo formato de distribuição dos comandos liberta mais espaço no interior para ser utilizado pelos ocupantes. O Mercedes EQ também vai poder “conversar” com outros equipamentos eletrónicos como sinais de trânsito e até com outros automó- veis. Isto vai permitir maximizar o uso da ba- teria, já que o automóvel pode decidir sozinho escolher uma rota onde consome menos ener- gia. O futuro (elétrico) da marca de Estugarda promete tornar a vida dos automobilistas mui- to mais fácil, e esse futuro vai chegar bem mais cedo do que estávamos à espera... n 23