BIOMEDICAL TRIP Volume 1 | Page 10

Embora tal procedimento pareça um tanto quanto extremo, os que defendem sua utilização argumentam sobre s riscos envolvidos com as transfusões frequentes em casos de hiperesplenismo. Outro ponto de argumentação utilizado pelos que defendem esse tipo de tratamento é que a retirada do baço não aumenta o risco de infecções em comparação a pacientes que mantém o baço, segundo uma série de pesquisas realizadas.

Os recém-nascidos devem fazer o teste do pezinho, que a partir daí pode-se conduzir a um tratamento. Os recém-nascidos que apresentam o traço falciforme não possui a doença, portanto não precisará de atenção especializada, já o neonato com a doença falciforme devera ser encaminhado para cuidados de atenção integral.

Pacientes com anemia falciforme necessitam de transfusão em casos especiais como, sequestro esplênico para restaurar a massa sanguínea circulante, AVE, preparação para cirurgia entre outros.

O regime transfusional tem por objetivo manter os níveis de HbS abaixo de 30%, porém ocorre o acúmulo de ferro após a transfusão, podendo ser tratado com desferrioxamina.

A cura da anemia falciforme representa hoje objetivo fundamental para os pesquisadores nessa área. Algumas possíveis alternativas que poderão ser usadas no futuro, para a cura dessa doença, como o uso de drogas que junto com a hidroxiuréia servirão para aumentar a produção de HbF, transplante de medula óssea e terapia genética.

Em relação às transfusões que os pacientes falciformes com quadros de crises graves necessitam para melhora do seu quadro clínico e ganho de qualidade de vida, verifica-se uma preocupação em se evitar ao máximo todas as complicações que podem advir dessa forma de tratamento.

Propõe-se a utilização de concentrados de hemácias com diferentes características para tratamento de anêmicos falciformes. Onde o plasma é retirado e se transfunde somente as hemácias remanescentes da centrifugação da bolsa de coleta com sangue total. O concentrado de hemácias pode passar por diferentes tratamentos, cada um promovendo uma característica final diferente para o concentrado e dessa forma diminuindo o risco de potenciais problemas decorrentes da transfusão.

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PERSPECTIVAS FUTURAS

Futuro promissor para os pacientes falciformes

Concentrado de hemácias lavado: é retirado cerca de 80 a 90% do plasma, sendo indicado para evitar reações alérgicas em potencial.

Concentrado de hemácias deleucotizado: é retirada grande quantidade de leucócitos, diminuindo a probabilidade de se gerar aloimunização por HLA, além de diminuir o risco de infecção por CMV, EBV, HLTV I e II.

Concentrado de hemácias irradiado: os linfócitos são inativados por radiação, diminuindo o risco de desenvolver doença de enxerto no receptor.

Concentrado de hemácias fenotipado: realizado os painéis para outros sistemas além ABO, incluem as fenotipagens de KELL, DUFFY, KIDD, RH, MN, Diego entre outros. Evitando que os pacientes transfundidos sejam aloimunizados contra antígenos de membrana do eritrócito.

Alternativa é a exsanguineotransfusão, onde é realizada uma transfusão de hemácias após retirada de um certo volume de sangue do paciente com hemoglobina S, diminuindo dessa forma a concentração de hemácias falciformes nesse indivíduo. Muito promissora é utilização da hidroxiuréia com todos os efeitos benéficos que apresenta e com poucos efeitos colaterais relativos.