BIBLION MAGAZINE EDIÇÃO DIGITAL #2 / Outono 2016 | Page 10

E N T R E V I S TA L I T E R Á R I A V aldemar Kroker Editor clético E O As palavras correm-lhe nas veias, as letras são o ar que respira. Os livros fazem parte do seu dia-a-dia, em família, no ministério, na profissão. P O R PA U L O S É R G I O G O M E S C onhecer Valdemar Kroker foi como encontrar um tesouro. A riqueza do seu conhecimento percebe-se que vem dos livros e do estudo da Palavra, mas partilha essa sabedoria com a humildade própria de quem tem um coração cheio de graça. Brasileiro, de ascendência germânica, vive em Curitiba, e é casado com Simone. Tem 3 filhos, Daniel, Rebeca e Priscila, e o neto com o nome mais bonito do mundo - Joshua Daniel [opinião do editor da revista]. É pastor da Igreja Menonita, tradutor de referência, conferencista e editor da Editora Vida Nova, e acedeu responder a um breve questionário que se transformou numa bela peça editorial, que a Biblion aqui transcreve. BIBLION: Sendo leitor, mas também editor, escritor e tradutor, o que significam os livros na sua vida pessoal e de ministério? VALDEMAR KROKER: Ouço a leitura de livros desde o berço; mamãe lia as histórias bíblicas de um livro com quadros pintados por pintores clássicos; papai lia um trecho da Bíblia acompanhado de um livro devocional todos os dias antes do café da manhã. Lembro, também, que na minha infância eu queria muito entender aquela escrita (alemã) estranha da Bíblia dos meus pais e da primeira Bíblia que ganhei (herança do meu avô pastor) — a escrita gótica — e peguei a cartilha alemã (Die bunte Fibel) e 10 OUTONO 2016 desvendei os “códigos”. A partir daí, consegui ler perfeitamente aquela Bíblia e, mais tarde, comentários bíblicos antigos. Um dos maiores benefícios dos livros na minha vida foi a possibilidade de fazer verdadeiras viagens de descanso e renovação de forças por mundos que, na maioria dos casos, nunca terei oportunidade de visitar. Quem não se encanta com obras como O Guarani, de José de Alencar? Como não ser arrebatado a uma profunda reflexão até teológica sobre a condição humana com As intermitências da morte, ou Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago? Exodus, de Leon Uris, que experiência espetacular! Ou, então, The source (A fonte de Israel), de James Michener.